Sobre Ensino formal e informal
Bom dia, boa tarde, boa noite, minhas estudiosas. Me questiono todos os dias se o Ensino Formal realmente nos dá algo que preste nessa vida, se nos faz buscar o porquê de estarmos aqui ou se ensina algo prático, que seja aplicável no nosso dia a dia
Por exemplo, para que serve a escola - ensino fundamental e médio? Deveria servir para que, formalmente, possamos conhecer a história da nossa cultura, das outras, o pensamento simbólico e abstrato, as formas de comunicação, nossas formas de expressão.
Entretanto, faltam conhecimentos que poderiam ser mais aplicados no nosso dia-a-dia, como educação financeira (nós não sabemos investir, não sabemos lidar com o dinheiro), esportes (não sabemos trabalhar em equipe, nem desenvolvemos habilidades de liderança), apresentações em público (não sabemos falar, não sabemos nos colocar nem argumentar). Não fazemos teatro para trabalhar tom de voz, domínio do espaço, oratória. Não participamos regularmente de debates, então atacar o outro, gritar, torna-se a nossa única forma impor nossa opinião.
Tem conhecimentos que têm outra função que não fazer 2+2 e acabamos acreditando que algumas matérias sejam completamente inúteis e que nunca vamos usar na vida.
A Matemática, por exemplo, está ligada mais à linguagem simbólica do que a fazer conta. Está ligada à abstração, que é a forma mais complexa de pensar e que está diretamente relacionada a como organizamos o nosso próprio pensamento.
Aprender Latim, por exemplo, tem mais a ver com a análise de uma estrutura sistêmica do que propriamente com falar uma língua morta.
E aprender Música tem tudo a ver com o pensar sobre a estrutura da nossa língua, a configuração das palavras e das frases e, consequentemente, do nosso discurso.
Sem leitura e interpretação de texto, por exemplo, não temos informação para discutirmos nem sobre os temas mais banais e não temos instrumentos para construir o nosso senso crítico.
O Ensino Superior também não está muito melhor: muitos têm o sonho de fazer uma faculdade. Mas que sonho é esse? Sonho de atingir o quê? De chegar aonde? Ninguém sabe responder. Mas é basicamente o sonho de ter um diploma para chamar de seu. É a posse.
A verdade é que a faculdade é um meio, por que ensina muito pouco, mas ela te coloca em contato com pessoas e te proporciona experiências que são essenciais em uma determinada fase da vida.
Pergunte a alguém que tem uma faculdade se foi lá que ele aprendeu a exercer sua profissão. Pergunte se ele aplica, de fato, o que foi aprendido. Se ele continuou na área dele ou se ele acha que realmente escolheu a área certa.
Muito do conhecimento trabalhado no Ensino Superior no Brasil ficará lá mesmo, dentro da Academia. Ou jamais será utilizado. Ou está ultrapassado. Ou não é aplicável. Mas por que isso acontece? Porque não há diálogo com o exterior. Porque não há abertura. Porque o ego fica inflado demais para olhar para fora.
O que há de bom, então? O networking acho que é o que há de mais valioso dentro do ambiente universitário. E também o contato com a estrutura dos textos acadêmicos e com as metodologias de pesquisa. Isso é fundamental para a nossa construção, pois a estrutura de um projeto, por exemplo, será a estrutura de todos os nossos projetos de vida.
Já a educação não-formal está ganhando cada vez mais adeptos, a própria distância faz com que as pessoas que de fato estejam em busca de conhecimentos procurem outras formas de aprendizado: cursos, formações, EAD são a cada dia sendo mais procurados para suprir essa lacuna.
Tenho a impressão de que as pessoas também estão tentando buscar, de outra forma, as competências que não têm. Por exemplo, se você se forma na faculdade e decide abrir seu próprio negócio, deverá ter conhecimentos de gestão, vendas, marketing, finanças que a faculdade não te deu. Você tem que ser bom em todas as áreas da sua própria empresa e não só na área operacional.
Muitas empresas não sobrevivem aos seus primeiro 18 meses porque cremos que não precisamos de um conhecimento de 360 graus. E esse é um grande engano.
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