Dentro ou fora da zona de conforto
Bom dia, boa tarde, boa noite, minhas deusas. Na última palestra que eu dei, fiz um questionamento que eu mesma agora gostaria de responder, mas lá eu deixei no ar a pergunta, que foi: será que quem vive uma vida tranquila, sem propósito, sem objetivos, dentro da sua zona de conforto, não estaria certo? Pois dentro da ignorância, ali sem saber que pode mais e sem nem se questionar sobre isso você simplesmente leva uma vida linear, sem altos e baixos, sem grandes reflexões existenciais e sem sofrer com a sua condição atual.
Mas - agora sou eu me respondendo - essa é uma vida medíocre, é você ter o dom da vida e viver num eterno "deixa a vida me levar, vida leva eu", perdendo tempo sem honrar a vida que te foi dada. Nós, eu acredito nisso, ganhamos a dádiva da vida para nos tornarmos pessoas melhores e deixarmos nossa marca, por menor que seja, no mundo.
Então eu acho que devemos viver uma vida plena, o que não é necessariamente uma vida ocupada sem respirar, que é o que chama de Produtividade Tóxica, em que você só produz, produz como uma máquina e não vive o seu propósito, a sua missão. Não serve ao outro, ao mundo.
Então, o que é viver uma vida sem propósito: é não saber, ou por ignorar que existe ou por preguiça de buscar um, o que você veio fazer nesse mundo e como você vai servir a ele, ou seja, ao seu próximo. São pessoas que vivem por elas mesmas, ou ajudam o próximo, mas sem uma reflexão do porquê está fazendo aquilo, do que ela tem como missão.
Pois há pessoas que ajudam o outro, mas o fazem por feeling ou por consciência pesada e não por entender, através do autoconhecimento, qual a melhor forma de servir ao mundo com as suas habilidades e talentos. Aliás, as pessoas sequer sabem quais são seus talentos e que podem desenvolver novas habilidades.
São pessoas que estão perdidas (ou não, pois sequer se questionam isso) em um mar de coisas para fazer, mas simplesmente não agem, pois têm medo de descobrir coisas sobre si, têm medo ou preguiça de sair do seu lugar quentinho para melhorar, pois mudar envolve sempre sentir dor, crescer, aprender, sempre vai ter uma dor, que não é a dor do sofrimento, o sofrimento é pesado e talvez seja exatamente o que a gente sente, quando está parado, sem ação.
Quando a gente se questiona sobre as grandes perguntas da vida, do universo, dos planetas, da nossa existência, é ali que começamos a nos mover na direção de alguém melhor, de alguém com conteúdo, alguém pleno e preenchido. Às vezes ficamos anos num emprego sem saber que não gostamos dele, ou sabendo, mas ficamos porque é nosso destino estar ali. Ou tem gente que muda de emprego pra lá e pra cá, não para quieto, pois não tem objetivos traçados.
Eu realmente acho que a vida é preciosa demais para ser simplesmente levado pela maré, temos que honrar estar na Terra como um expoente, um representante, do que há de mais evoluído no planeta. Com consciência, com neocórtex para pensar, raciocinar, abstrair e evoluir ainda mais e mais.
É nisso que eu acredito, é assim que vivo a minha vida, querendo aprender mais e mais e querendo me tornar a cada dia mais um ser humano melhor e, de quebra, fazendo com que as pessoas raciocinem sobre sua existência e escolham um caminho a percorrer em prol de servir ao outro e ao mundo.