Mães empreendedoras e processo seletivo

 


Bom dia, boa tarde, boa noite, minhas trabalhadoras. Uma coisa que tem nos chamado a atenção é a quantidade de mães que resolvem empreender para poderem ter mais cuidado com a família e para ficarem mais próximas dos filhos. E agora, mãe, que seu negócio tá crescendo e você precisa contratar alguém, como você vai fazer? Como saber quem é a pessoa ideal para contratar? É por isso que hoje temos nossa convidada queridíssima a Monique Pacheco, que é empreendedora e dona da Unio Consulting e trabalha com Recursos Humanos.


  • Transcrição retirada do programa Mulher de 40+ na Rádio Ponto e Vírgula.



Isabella Fortunato

Olá mulheres de quarenta, comé que vocês estão? Estavam com saudade de mim? E pras novinhas também queria mandar um beijo pras novinhas… Meu patrão está desativando o meu microfone. Ele quer que eu pare de falar, mas eu não vou parar de falar pras mulheres de quarenta, cinquenta sessenta, cento e vinte. A gente vai aqui até quinhentos anos e hoje eu trouxe pra vocês uma convidada maravilhosa, hoje a gente vai falar de carreira. Seja você empreendedora, seja você, esteja se posicionando no mercado de trabalho, a Monique vai dar várias dicas pra vocês. Monique se apresenta aí.


Monique Pacheco

Bom, meu nome é Monique Pacheco, sou mamãe da Eve de nove anos de idade, tenho trinta e quatro anos, tô almejando aí, chegando nos quarenta, né? Tô no programa da Mulher de 40+, tô chegando lá. Atuo há mais ou menos quinze anos na área de recursos humanos e empreendo desde 2017 nessa área. Um dos motivos, né? Entre os outros vários que eu tive pra empreender, um dos motivos que eu tive pra empreender foi participar mais da vida da minha filha, né? Consegui integrar a minha carreira e a minha vida pessoal também. Então assunto carreira é sempre muito gostoso pra mim, é sempre muito bom falar sobre carreira e sobre o impacto, sobre o impacto que ele tem na nossa vida em todos os outros contextos.


Isabella Fortunato

É verdade. Aqui a gente tem muitas mães que resolvem empreender exatamente pra poder ficar mais com os filhos, né? Poder fazer seu horário, poder trabalhar de forma que consiga também educar o seu próprio filho, porque não adianta a televisão educar, não adianta outra pessoa educar. O filho é nosso, é a gente que precisa educá-los, né? Então eu vejo muitas mães e é por isso que a gente veio aqui, eu quis te trazer aqui, porque tem muitas mães empreendendo. Então o que que eu queria que você desse de dica? Pras mães que estão empreendendo, que estão começando a contratar pessoas, como é que elas fazem pra poder escolher as melhores pessoas no mercado, pra quem ainda não tem grana pra terceirizar essa parte.


Monique Pacheco

Legal. O mercado chama de fit cultural, né? Mas o primeiro ponto é você entender que tipo de pessoa você quer no seu dia a dia, trabalhando com você, a pessoa com a qual você vai dividir as suas estratégias, as estratégias da empresa que você está fundando, que você está iniciando. Então o primeiro ponto é você já entender quais são os valores da sua empresa, mesmo que seja uma "eupresa" ainda. Né? Entenda que estilo de personalidade vai casar com seu ritmo de trabalho, né? Qual... talvez eu traga uma mãe também que tenha uma rotina parecida com a minha ou talvez alguém mais novo que eu pra que eu consiga desenvolver. Primeiro ponto é entender quais são os valores da empresa que você tem, seja ela uma "eupresa" ou uma empresa com duas, três pessoas, você já tem aí uma uma uma cultura estabelecida, né? E em segundo lugar é entender aonde eu vou encontrar essa pessoa, porque às vezes a gente tem o aquele mito de que tem que anunciar em site de vaga, tem que anunciar no INSTAGRAM, você tem que anunciar no lugar onde você acha que vai encontrar a pessoa que você precisa, esse é o segredo. Existem vários meios, existe Instagram, existe Linkedin, existem outras plataformas relacionadas a vaga e muitas vezes um determinado profissional eu encontro numa plataforma e não encontro em outra. Então entenda qual é o modelo da sua empresa, qual é a cultura da sua empresa independente de quantas pessoas a sua empresa tenha e depois aonde eu vou encontrar essa pessoa que casa, que tem esse fit cultural com o que eu tô buscando, com a empresa que eu tô fundando.


Isabella Fortunato

É por isso que é sempre bom ter alguém te orientando, né? Eu sempre, sempre que eu vou contratar alguém, eu tenho Monique me orientando, porque a Monique consegue encontrar as pessoas certas no lugar certo, na hora certa. Então, isso é maravilhoso de ter uma agência te ajudando a recrutar pessoas, né? Pois Monique me diz uma coisa, o que que a empresa precisa ter pra não ter tanto turnover? O que que turnover? É as pessoas saindo e entrando da empresa, sair, sendo demitida, sendo recontratado, sendo demitida e contratando outra pessoa, porque isso é muito chato, isso faz com que isso segura o crescimento da empresa, né? Porque tá sempre treinando alguém e não conseguir segurar o funcionário, o que que o líder precisa pra segurar um funcionário e não ter tanto absenteísmo, não ter tanta tanto pedido de demissão e recontratação e essas coisas.


Monique Pacheco

Olha, tem tantas questões envolvidas nesse processo, tantas. E eu posso começar pelo nosso primeiro tema, que é a empresa entender quais são as suas prioridades, qual é a sua cultura e já começar trazendo pessoas alinhadas a sua cultura, né? Às vezes eu trago alguém que não combina muito, não tem muito fit cultural, eu tenho um processo, um modelo de trabalho mais acelerado e aí eu trago uma outra pessoa, um profissional que já tem um modelo de trabalho diferente que não vai se adequar ao nosso modelo de trabalho e não vai performar, daqui a um tempo eu vou perdê-lo, daqui a um tempo ele não vai, não vai fazer sentido na verdade pra esse colaborador permanecer comigo. Então, o primeiro ponto, a gente continua nesse primeiro ponto, entender as características da sua empresa e encontrar pessoas que realmente tenham ali os mesmos valores e consigam caminhar junto, crescer junto com a empresa. Esse é um dos pontos Ah um outro ponto é entender, né? Que por mais que exista o seu universo ali, a sua empresa, o empreendedor vive muito dentro do seu universo, é muito importante olhar pra fora, porque querendo ou não você está disputando profissionais com o mercado.


É claro que nós não vamos comparar aqui laranja com banana, eu não vou comparar o que eu ofereço pro meu colaborador com uma multinacional sendo eu uma empreendedora, mas se eu sei que esse tipo de profissional que eu tô buscando ou o tipo de profissional que eu tenho na minha empresa, o mercado valoriza dessa ou daquela forma, a minha empresa tem que oferecer uma proposta de valor que seja importante pra esse colaborador e faça com que ele seja conquistado e não retido, né? Não quero reter esse profissional. Eu quero na verdade conquistá-lo, eu quero que ele veja valor em trabalhar comigo, porque principalmente essas últimas gerações, né? A nossa geração também é geração Y e as gerações que estão por vir elas não trabalham simplesmente por causa do sustento, trabalham por propósito. Então a minha organização tem que estar alinhada ao propósito desse colaborador que eu quero manter, que eu quero conquistar. Então entendendo quem é a minha empresa, quais são as características da minha organização, quais são os valores, mapeando, tendo isso claro, eu consigo trazer a pessoa certa. E olhando pro mercado, olhando o que o mercado entrega como proposta de valor pros colaboradores, mesmo que eu não consiga ainda ser competitiva em relação a alguns benefícios, ser competitiva em relação a oferecer desenvolvimentos em grandes universidades, talvez a minha proposta de valor seja um ambiente familiar aonde eu tenha proximidade com esse profissional, consiga desenvolvê-lo de forma próxima, né? Esse profissional vai ver valor agregado e vai querer permanecer comigo, eu vou conquistar esse profissional. Então, primeiro, entenda quais são as características da sua organização Segundo, olha pro mercado também, olha pra dentro novamente e entenda qual é a sua proposta de valor pra esse colaborador, tá? É mais ou menos, é exatamente isso, na verdade.


Isabella Fortunato

Não, perfeito, porque fica claro que antes de você pensar em contratar alguém, na verdade na etapa de planejamento da empresa, que deve existir gente, acho que muita gente simplesmente começa a empreender sem se planejar, tem que ter toda essa reflexão de propósito, de missão, de valores e as pessoas não gostam de fazer essa parte, as pessoas acham que isso é inútil e não é. Quando você vai implementar a cultura da empresa, isso é absolutamente necessário, né?


Monique Pacheco

Exatamente.


Isabella Fortunato

Qual é a importância da cultura da empresa pra retenção dos funcionários?


Monique Pacheco

Em alguns projetos de mentoria com times de RH, eu trago algumas tendências de mercado, trago o que o mercado vem fazendo em relação a cultura e aí o povo fica apavorado. E aí eu venho com a seguinte frase, cultura é grande, mas ela começa pequena, ela começa com pequenos rituais, ela começa com quais são os comportamentos do dia a dia, e a partir de então eu começo a construir uma cultura e aí a gente vê. Quando às vezes quando nós pensamos em cultura nós pensamos em quê? Google, Coca-Cola, lugar de descompressão, ping-pong, aí o cliente já fica louco, né? O empreendedor já fica louco. Nossa, eu não vou conseguir fazer isso, eu não vou conseguir implantar uma boa cultura. Consegue sim, porque a cultura começa pequeno. Cultura na verdade começa nos comportamentos que você mapeia, que são os ideais pro dia a dia, pro convívio na organização, na empresa que você desenvolveu, na empresa que você criou. Quais são os comportamentos aceitáveis, uns com os outros, os colaboradores, o convívio ali uns com os outros, né? Quais são os comportamentos aceitáveis do colaborador com o cliente, do cliente pra com o colaborador também, que tipo de relacionamentos nós queremos construir dentro da organização, né? Qual é a qualidade das entregas que nós queremos pros nossos clientes, né? Qual é a qualidade que eu espero que esse meu colaborador entregue? Então tudo isso tá dentro da cultura. Existe um... isso vem mudando ao longo do tempo, mas algum tempo atrás missão, visões e valores a gente colava na parede, fazia ali o mapeamento, colava na parede e ninguém olhava mais, quando na verdade a gente mapeia a missão, visão e valores pra que seja uma bússola, né? Se eu percebo que algo que eu tô fazendo tá destoando do que é o valor da organização, não, aqui a gente trabalha com excelência, então eu não vou procrastinar não, vou fazer agora, vou concentrar aqui esse tempo pra entregar essa atividade com qualidade, porque de fato excelência e qualidade é um dos valores da empresa onde eu trabalho. Então, valor começa pequeno, eu consigo comunicar nas reuniões que eu faço em time, eu consigo comunicar principalmente como gestão no meu comportamento para com os meus colaboradores. Isso vai sendo absorvido ao longo do tempo. E aí quando isso aparece para o mercado, aparece grandão, né? Ai nossa, a cultura da empresa da Isabella, a cultura da empresa da Monique, mas começou ali naqueles comportamentos cotidianos. Começou nos comportamentos aceitáveis e esperados dentro da organização.


Isabella Fortunato

É, e pelo exemplo também, né? O dono da empresa tem que ser exemplo desse dessa cultura, ele tem que ser o porta voz dessa cultura pra poder fazer com que as pessoas de fato sigam, acreditem naquilo ali né? As pessoas tem que acreditar naquilo ali né, vestir a camisa da empresa quer dizer exatamente isso, né? Elas comprarem esses valores e elas exalarem aquilo, né?


Monique Pacheco

Exatamente, exatamente e tem um outro ponto muito importante quando nós falamos sobre cultura também, que as pessoas acham que cultura é inspiracional, né? Aquela coisa que somente exala de nós e automaticamente as pessoas vão saber como agir. Não, cultura eu preciso comunicar, cultura eu preciso treinar. Pra ter uma cultura estabelecida, eu preciso ter rituais, eu preciso ter símbolos. E muitas vezes achamos que são rituais muito complexos, mas o meu ritual pra ter uma cultura de comunicação, por exemplo, pode ser conversar com meus colaboradores todas as sextas-feiras e entender, né? Se eu tenho um time enxuto, conversar com a minha equipe e entender como foi a semana, quais foram os desafios da semana. O que nós podemos fazer em conjunto pra que a próxima semana seja mais fluida. Então, eu crio um ritual de conversar todas as sextas-feiras, então os meus colaboradores sabem, a partir de então, que a nossa forma de comunicar é assim, é fluida. Toda sexta-feira eu vou conversar com meu gestor, eu vou falar sobre as minhas necessidades, eu vou falar sobre o que é necessário pra que essa demanda ou aquela seja atendida. Às vezes o gestor, o empresário quer que a empresa, que a organização tenha uma cultura de comunicação, mas ele mesmo nunca conversou com o colaborador dele. Ele vai entregando tarefa, entregando tarefa, entregando tarefa. Olha, tem que entregar. Faz uma reunião pra falar sobre resultados, mas ele nunca chegou, sentou para se comunicar com esse colaborador. E aí, como é que tá aquela demanda? Por que que a gente não atendeu? O que a gente pode fazer da próxima vez pra que não aconteça isso novamente? Então até a cultura tem aí a sua estratégia, né? A implantação de cultura também tem estratégia, ela não é tão complexa, mas ela também segue estratégias e a sua estratégia pode ser conversar toda semana com o seu colaborador né? A sua estratégia pode ser reconhecer a cada seis meses os resultados que foram positivos e aí eu crio uma cultura de reconhecimento. Monique, eu quero na minha organização uma cultura de reconhecimento e aí eu pergunto pro empresário "Como você reconhece seu colaborador?" Ah, silêncio, né, grilo? Cantando. A cultura de reconhecimento você pode implantar através de ritos, através de símbolos, né? É algo até antigo, funcionário do mês, colaborador do mês, hoje já tem na verdade soluções e produtos de gente mais adequados à nossa geração, mas o reconhecimento vem a partir, né? A cultura de reconhecimento vem a partir desses ritos, vem a partir desses símbolos, sejam criativos e vamos criar nos ritos e símbolos que vão traduzir a cultura que a gente quer na organização.


Isabella Fortunato

Boa, boa, ótimo. Vamos falar agora, Monique, vamos mudar um pouquinho e falar agora pra aquela mulher de quarenta que tá querendo pivotar na carreira, que já não aguenta mais o trabalho e tá pensando em pivotar na carreira. Como é que uma pessoa faz pra poder não largar o trabalho, mas ainda assim buscar um novo trabalho, uma nova... descobrir, né? O que que ela quer fazer que não seja aquilo, ela sabe que ela não quer mais essa vida que ela está levando, mas como é que ela faz pra descobrir o que que ela quer?


Monique Pacheco

O mesmo caminho que eu dei pra organização é o que eu sugiro, né? Quando surge uma demanda profissional, cê tem que trabalhar no início de tudo o autoconhecimento, conhecer as suas demandas, conhecer suas necessidades, avaliar realmente, procurar saber qual o seu perfil psicológico né? Quais são as atividades com o que você vai trabalhar de forma fluida a partir de então? Isso começa pelo autoconhecimento, começa por mapear o seu perfil psicológico. Começa por você pesquisar, olhar o mercado que tem a ver com você, né? E a partir de então, mesmo estando no seu trabalho, você pode começar a mapear quais são as empresas aonde essas oportunidades existem, o que tá sendo, quais são as competências, né? Os talentos que estão sendo pedidos pros profissionais que atuam nessa área, o que eu preciso desenvolver pra realizar essa mudança de carreira. Então primeiro, autoconhecimento, saber sobre você, entender junto a um coach, talvez a um processo de coaching, um profissional que consiga te conduzir nessa jornada, né? De autoconhecimento, que tem a ver comigo, com o que eu vou conseguir trabalhar de forma fluida e depois disso olhar o mercado, o que tá sendo pedido e traçar mesmo um plano de desenvolvimento pra você, né? As pessoas dizem, isso é uma verdade, procurar emprego é um emprego. Então, quando você começa a pensar em mudança de carreira, você vai entender o que você precisa desenvolver a partir de então, traçar um plano de desenvolvimento, que curso eu preciso fazer, ou que materiais eu preciso ler, né? Talvez eu não tenha um valor pra investir numa formação, mas hoje o conhecimento tá superdemocrático, né? Você consegue acessar conteúdos robustos na internet né? Conteúdos robustos né? Então traça o seu plano de desenvolvimento, quais são as condições que você tem pra fazer esse plano acontecer. Se você tem valor pra investir, procure os cursos, os cursos que tem aí aderência a tua situação financeira. Se você não tem onde investir, quais são as leituras, onde eu consigo encontrar, aonde eu consigo encontrar materiais gratuitos e vai se desenvolvendo nessas áreas. Depois que você desenvolveu, já olhou na verdade o mercado, né? Você já viu o que o mercado está pedindo, quais são as empresas. Você vai começar a procurar mesmo, olhar no LinkedIn. Será que tem algum contato meu que trabalhe em uma dessas empresas, alguém com quem eu possa conversar, saber como é o processo seletivo, vou entrar no site da organização, vou entrar no trabalhe conosco, ver o que tá disponível, realmente trabalhar para encontrar o seu novo trabalho, o seu novo lugar aí onde você vai desenvolver profissionalmente.


Isabella Fortunato

Então gente, a Monique já deu o passo a passo, você não precisa largar o seu trabalho, chutar o balde, não precisa disso. Você pode fazer os passos que a Monique falou aos pouquinhos e se preparar pra poder ter uma nova profissão, ter uma nova carreira, construir uma nova carreira, mas pra isso autoconhecimento, eu sempre falo isso, autoconhecimento é fundamental pra absolutamente tudo, tudo, tudo nessa vida. Agora uma coisa Monique que acontece muito comigo, o pessoal vem muito assim, eu não sei o que que eu quero, ou então eu tenho muito medo de mudar. O que que a gente fala pra essas pessoas? O que que a gente faz pra poder ajudar essas pessoas?


Monique Pacheco

Na verdade existem algumas ferramentas, né, que podem nos ajudar nisso, mas ainda sem ferramentas as primeiras perguntas que eu faço sempre vão pra o viés de qual é o preço que você vai pagar continuando nesse lugar onde você está, que é o lugar de dúvida, que é o lugar de não, não tenho coragem, qual o preço que você tá pagando, né? Se tá sendo infeliz profissionalmente, comé que tá a tua questão psicológica, qual é o impacto pra sua família? E aí a pessoa começa a fazer os cálculos. Poxa, realmente minha família tá perdendo muito aqui, realmente eu tô adoecendo nesse trabalho, realmente e ela começa de fato, eu não sei se você já passou por isso, Isabella, conversando ou até em sessões de coaching também, quando a pessoa entende o impacto de não se mover ainda que ela não saiba o que ela quer. A mentalidade dela, a mente dela começa realmente a direcioná-la pra caminhos de mente aberta. E a partir de então, em muitos dos casos, o que acontece é que eu não sei o que eu quero é uma forma de evitar a mudança. Então, Isabella, eu quero mudar, mas eu não sei o que eu quero é a desculpa perfeita pra não sair do lugar onde está, né? E aí quando eu começo a pesar, caramba a minha família tá sofrendo, eu tô adoecendo nesse lugar, eu preciso fazer alguma coisa pra me movimentar, quando realmente essa chave vira dentro da mente e eu começo a me abrir pra novas possibilidades, aí eu vou começar a trabalhar o autoconhecimento, aí eu vou trabalhar o autoconhecimento querendo trabalhar, né? Com a mente realmente preparada pra realizar mudanças, desejando realizar mudanças. E aí as mudanças que vão acontecer na verdade são consequência dessa mudança de mentalidade, dessa virada de chave que acontece quando a pessoa começa a pesar, a calcular quais são as consequências de continuar no lugar onde está, seja esse um lugar de dúvida ou um lugar de medo.


Isabella Fortunato

É, uma coisa que eu sempre digo no É Hora de Ter Tempo é: coloca tudo, tudo que está na sua cabeça, no papel. Quando você vê as coisas no papel, elas ficam muito mais claras, é incrível, né? Então, todas essas dúvidas, gente, todos esses medos, todas as possibilidades, coloquem no papel, tenham um caderno pra anotar tudo que vocês têm, tudo que que tá passando pela sua cabeça, faça um diário ou alguma coisa do gênero, pra você poder enxergar onde tá doendo e tomar coragem pra agir. Porque enquanto fica no mundo das ideias, fica tudo muito nebuloso, as coisas precisam de concretude. Então vão escrever o que vocês podem fazer, o que está incomodando, onde é que o calo está apertando, o que que pode mudar, o que que pode melhorar e aí sim vocês vão ter coragem pra tomar uma atitude, que nada mais é que uma questão de coragem, né? É uma questão que é a virada de chave que a Monique falou, né? É aquele momento, só que a gente não pode esperar esse momento cair do céu, a partir do momento que cê tá sentindo o incômodo, faça alguma coisa pra poder virar essa chave, pra poder melhorar essa essa confusão mental que você tá imerso, né?


Monique Pacheco

Exatamente, porque esse incômodo sendo contínuo ele pode te adoecer, né? Esse é o grande risco da gente não andar pra lugar nenhum deixar o incômodo, esconder ali, não, não vou mexer nisso agora, não vou mexer nisso agora, chega um momento que ele se torna tão grande que você começa adoecer, isso serve pra todas as áreas da vida profissional, emocional, enfim.


Isabella Fortunato

É verdade. Olha, sigam Monique aí @unio.consulting, sigam a Monique. Monique, me diz uma coisa, e pra mulher que está querendo largar o emprego pra empreender, essa daí tem muito medo mesmo. Mesmo tendo risco zero ela tem medo. Que conselho você dá pra essa mulher que tá com medo de voar sozinha? 


Monique Pacheco

Existem diversos perfis de personalidade, né? Eu por exemplo que sou mais águia ou mais influência, eu tenho mais facilidade em me desprender de algo que tá me adoecendo. E na verdade, quando eu fiz essa transição, não foi tão fácil assim. Por mais que o meu perfil de personalidade seja um perfil mais desprendido, mais inspiracional. Mas se você tem um perfil que você precisa ter muita certeza do que você faz, você pode começar a se planejar um ano antes, dois anos antes. Quando nós falamos sobre mudanças, existe um grande mito de que no próximo mês eu vou me tornar empreendedora, vou perder todos os benefícios que eu tenho na minha organização, não vou saber o que fazer com os meus filhos e a minha família vem empobrecendo, quando na realidade você pode começar a pensar nisso agora em 2022 né? Na verdade no início de 2023, pensar aí nessa virada de ano, olha esse vai ser meu último ano na empresa onde eu estou. E aí você, nesse ano, cria um planejamento, faz a sua reserva. Se sua questão é financeira, vamos ficar pobres, guarda a sua reserva, faz sua reserva de quanto você vai precisar pra se manter até que a sua empresa performe. Pontos importantes é se preparar para sair do CLT e se preparar também para performar como empreendedora. Então, qual é o seu core business, qual é o seu negócio? É algo relacionado a artesanato, é algo relacionado ao mundo corporativo? Como eu vou fazer pra esse negócio rodar? Quais são as minhas expectativas de ganho? Vamos criar um planejamento estratégico pra isso, o nome é assustador, mas nada mais é do que você entender quanto você vai cobrar pelos seus produtos, quais são as expectativas de ganho nesse negócio, né? Então você já pensou em como você vai fazer sua reserva, tá ali nesse último ano de de CLT ou nesses últimos dois anos de CLT se você perceber pelo seu planejamento que vai ser isso, né. Estou aqui nos meus dois últimos anos como CLT fazendo a minha reserva pra conseguir ter uma reserva pra um ano aí como empreendedora, se tudo der errado eu tenho uma reserva de um ano, aí quem é mais... quem tem um perfil mais lobo, de mais segurança, um perfil mais assertivo, vai ficar mais tranquilo durante esse ano. Então, pra além dessa reserva, pensa nas estratégias que você vai ter, como fazer esse dinheiro rodar, porque as pessoas também acreditam, né? Que empreender é tacar a pasta de trabalho, tacar o terninho, tacar o salto pro lado e começar a trabalhar do absolutamente nada em algo que você acabou de pensar, quando na verdade existe um planejamento prévio, né? Existe um bate-papo, uma olhada no mercado, converse com amigos, amigas que você tem, que são empreendedores, pergunta como foi a experiência, quais foram os erros, o que eles teriam feito de diferente,  e aí vai mapeando todos os riscos que você puder. É claro que nesse mundo vuca que virou mundo banner né? Acontecendo ao mesmo tempo a gente não tem certeza de absolutamente nada. Mas isso não é desculpa pra que a gente não se planeje, não é desculpa pra que a gente não mapeie os possíveis riscos, né? Então, duas questões, resumindo aqui tudo que foi falado, né? Empreender não é de uma hora pra outra, então cê pode aí planejar durante seu próximo ano de CLT, durante os próximos dois anos de CLT, faça sua reserva, se prepare pra empreender, não empreenda nada. Em um segundo momento, entenda o seu negócio, o negócio que você vai começar, quais são as expectativas de ganho, como tá o mercado pra esse negócio que você tá pensando em lançar. Faça todo esse planejamento pra um ano, dois anos e aí você vai empreender com mais segurança. Não é tacar as coisas pro alto e deixar a casa sem comida não. Pelo contrário.


Isabella Fortunato

Grande verdade, grande verdade. Monique, muito obrigada por ter estado aqui com a gente, dado essas dicas preciosíssimas pras nossas mulheres de quarenta. Gente muito obrigada pela audiência, eu espero que vocês sigam todos os conselhos da Monique, porque vocês vão voar com a Monique, vão voar, sigam ela @unio.consulting. Sigam ela, tá aí ó na tela, sigam ela porque ela sempre dá muitas dicas legais e muito obrigada pra vocês por estarem aqui, a gente se vê amanhã meio dia, tá bom? Beijo.




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