Feminino x Masculino
Bom dia, boa tarde, boa noite, minhas musas. Parece, mas não vou falar aqui da fluidez das identidades de gênero, vou falar aqui das energias masculinas e femininas que habitam em todas nós. Todas temos o yin e o yang, todas carregamos a lua e o sol, o masculino e o feminino. Nascemos mulheres, fomos domesticadas (como falamos no programa de ontem) como mulheres frágeis e ingênuas, mas carregamos em nós a energia do “mais macho que muito homem", da mulher forte que aguenta de tudo e mais um pouco.
Parece que ao longo do tempo (as roupas nos dizem isso, a história nos mostra isso), fomos nos masculinizando para adentrar no mundo dos homens, pois só assim parecia possível lutar de igual para igual para conseguir algo. Foi quando mudamos nossas vestimentas para nos parecermos com eles, para lutar de igual para igual no ambiente de trabalho que era hostil às mulheres. Aliás, o trabalho em si nunca foi hostil às mulheres, mas o trabalho intelectual e bem remunerado sim, o reconhecimento sim. Então é como se tivéssemos nos enchido de testosterona para fazer frente a esse ambiente.
Penso na Chanel com as calças masculinas, os blazers largos. Penso nos anos 80, tudo largo, tudo muito pouco feminino. Muito pouco valor dado às curvas da mulher. Temos também o anticoncepcional (feminino), pois é a mulher que tem a responsabilidade de evitar filhos. Será que com isso não fomos nos masculinizando, deixando a feminilidade de lado? Será que não pegamos no tranco feito homens, para nos igualar e esquecemos que somos mulheres?
Já falei sobre isso aqui: por muito tempo minha masculinidade era motivo de orgulho. Naquele livro: Homens são de Marte e Mulheres são de Venus havia um teste para “medir” sua quantidade de parte feminina e masculina, e eu, como boa mulher que põe o pau na mesa, tinha uma carga bem pesada de masculinidade. Eu achava isso o máximo.
Sempre tomei anticoncepcional por acreditar que aquilo era melhor para as minhas dores (eu não sinto nenhuma dor na menstruação) e para me proteger de qualquer vestígio de gravidez. Cruz credo! Hoje sou livre de anticoncepcional e deixo meus ciclos falarem por eles mesmos. Eu sinto meus ciclos.
Aliás, hoje começa a lua nova e eu já sinto a necessidade de ficar mais recolhida, mais pensativa, mais planejadora. Se você perceber (escrever um diário te ajuda nisso), você vai ver que seus ciclos internos e os da lua externa mexem com a sua produtividade muito mais do que você imagina. A menstruação é um marco importante desses ciclos, por isso a importância de menstruar. Para você ouvir suas vozes internas. Caso você tenha feito uma histerectomia ou esteja na menopausa, pode pautar-se pelos ciclos externos, mas se você ainda for capaz de menstruar, respeite esse ritual.
Olha que eu sempre fui muito contra isso tudo, (eu boto o pau na mesa), mas hoje respeito meus momentos, minha produtividade e não trabalho menos por causa disso.
Eu acredito que, se a mulher achar o equilíbrio entre a sua energia masculina (de produção, de fazer, de meter o pé na porta, de falar grosso) e sua energia feminina (sua intuição, seus ciclos, sua capacidade de gerar, seus momentos, sua força ventral), ela consegue tudo o que quer nessa vida. Mas a gente precisa: 1. tomar consciência dessas energias, 2. cuidar destes dois fogos distintos 3. entender que eles trabalham em prol de um objetivo só, que é viver a sua vida conforme o que você acredita; 4. ter um ritual para honrar o homem e a mulher que há dentro de você.
E eu ainda nem cheguei a falar de ancestralidade, pois nós carregamos em nós também a força dos nossos ancestrais. Seja eles guerreiros ou mães de família, carregamos os genes dos nossos pais e dos nossos avós. E devemos honrá-los também.
É por isso que alguns rituais são tão importantes, como o próprio ritual da passagem de ano. É um recomeço em que refletimos sobre quem somos e o que queremos. Eu, embora não faça planejamentos pessoais anuais, respeito muito nas pessoas esse ritual e ajudo para que essa passagem seja mais macia do que o normal, pois normalmente largamos todas as promessas feitas dois dias depois, pois vem a vida e nos atropela. devemos parar de sermos atropelados pela vida.
Da mesma forma respeito (embora não o faça também) o ritual de plantar a lua: oferecer a própria menstruação à lua como símbolo de renovação de ciclos. Faço no máximo uma meditação especial no período menstrual como purificação e me sinto bem assim, mas o ritual de plantar a lua é fenomenal e de uma força incrível.
Então é isso: cuidem das vossas energias feminina e masculina, do vosso yin e yang, do vosso sol e da vossa lua, para que possamos tirar o melhor dessas energias, equilibradas dentro de nós e nos tornamos automaticamente pessoas melhores.
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