Fotografia e autoestima
Bom dia, boa tarde e boa noite, meus amores. Olha só, já falamos aqui como a consultoria de imagem é muito importante para nossa autoestima como mulheres e também como trabalhadoras. Agora e sobre fotografia? Você já fez um ensaio? Já se viu toda chique e poderosa através de uma lente? Vamos falar sobre isso hoje com a rainha Ellen Soares, a mais foda que temos e que já é da casa.
Transcrição retirada do programa Mulher de 40+ na Rádio Ponto e Vírgula.
Isabella Fortunato
Boa tarde mulheres de quarenta, cinquenta, sessenta, cento e vinte e as novinhas de vinte e trinta também. Como é que vocês estão? Hoje estou aqui de cara limpa pra mostrar que mulher de quarenta também tem espinha gente. Olha, tô cheia de espinha. Mas tomei banho pra tá aqui com vocês e trouxe uma grande amiga pra gente poder falar sobre fotografia e autoestima. Aqui a Ellen, vocês já conheceram a Ellen falando de Rock in Rio porque ela foi fotografar o Rock in Rio e agora a gente vai falar aqui sobre fotografia feminina, né, Ellen?
Ellen Soares
Isso mesmo. Obrigada, obrigada, Isabella, pelo convite mais uma vez. E pelo espaço, né, fotografia feminina é uma fotografia que eu adoro. E é incrível ver a transformação das mulheres ainda na frente das câmeras durante o ensaio, como que acontece se sentir bem melhor né? Se sentir plena e poderosa e dona do próprio corpo em meia hora. Isso acontece em geral durante o ensaio e é uma coisa que vale pra vida né? Então ter as fotos e poder se revisitar e se ver novamente perfeita, do jeito que gostaria de se ver todo dia e da forma como o espelho não te indica sempre, é muito gostoso.
Isabella Fortunato
Ellen, assim, parece mágica quando a gente faz um ensaio, seja ele corporativo, seja um ensaio pra gente mesmo, seja um ensaio sensual, é incrível o quanto a nossa autoestima aumenta no próprio ensaio antes de ver as fotos até. Como é que você acha que isso acontece?
Ellen Soares
Eu acho, e aí eu vou falar de experiência própria né? Porque foi o que aconteceu comigo e foi quando eu descobri o poder da fotografia de fato e isso levou muito tempo porque o primeiro ensaio que eu fiz a sério né? Realmente me coloquei à disposição de ser fotografada foi durante a pandemia, então coloca aí que foi em 2020 e foi com um amigo meu, ele estava fotografando em casa, ele é fotógrafo de cinema na verdade, diretor de fotografia, o nome dele é Guga Millet. E inclusive há umas semanas eu tive a oportunidade de agradecer ele porque foi o melhor ensaio que eu já fiz na vida, foi o momento que eu mais me senti lena e entregue ao que estava acontecendo. Estava muito nervosa porque é uma coisa que acontece com todo mundo que não costuma estar nas na frente das câmeras. Então assim, era do tipo ter câimbra no pé, era o nível de nervosismo que eu estava. E aí, enfim, a câimbra passou e durante o ensaio eu fui percebendo o quanto que eu estava me transformando na frente da câmera e o quanto que ter uma pessoa dedicada na minha frente só a me fotografar, sem fazer nenhum tipo de julgamento ou de crítica ou nada disso, transforma a gente né? Que é um momento que vira muito do fotografado com ele mesmo. É muito mais isso do que ficar pensando em que que o outro está pensando de mim? Eu acho que em algum momento durante o ensaio essa pergunta se perde porque essa é dessa forma que a gente entra no ensaio né?
É ai meu Deus o que que vão achar de mim quando verem as fotos ou o que que o fotógrafo ou fotógrafa está pensando enquanto está fazendo as fotos? E se você escolheu um bom profissional que está ali na sua frente dedicado pra te dar a sua melhor imagem, é isso que você vai ter e ele vai te mostrar isso ao longo do ensaio. Então, por exemplo, eu fiz esse ensaio e mais dois depois, então foram três ensaios ao longo desse período aí desde 2020. E eu passei por experiências diversas assim, desde não sorrir porque você está com o aparelho e eu acho que você não pode sorrir. Eu escutei esse feedback e é isso, tipo oi? Pra que dar esse tipo de feedback durante um ensaio e isso depende do profissional que tá com você, até um só fica assim, fica paradinho e tá perfeito é isso que eu quero. É isso, é isso, você está linda. E é isso e segue sabe? E vai e às vezes está tem alguma coisa que o modelo faz que a pose não está exatamente como o fotógrafo quer. E aí é um clique que é lixo na verdade, que o fotógrafo ele não precisa te dizer necessariamente que essa pose está ruim. Mas ele pode fazer o clique pra você entender que aquele momento ali foi, aconteceu e te direcionar, te dirigir até acertar aonde ele quer que você esteja pra imagem ficar boa. Às vezes você está com a cara boa mas o seu ângulo não está certo pra câmera. Então é uma questão às vezes de direcionamento mesmo.
Isabella Fortunato
Eu acho interessante a coisa do olhar do fotógrafo, né? Porque é completamente diferente do olhar que a gente tem na frente do espelho. Então é muito importante esse novo olhar. Né? Vocês aprendem isso tipo no curso de fotografia, você acha que isso é um talento? O que que você me diz sobre esse olhar?
Ellen Soares
Eu acho que o olhar é uma questão de prática, assim como tudo na vida. De fato assim, eu não acredito em dom divino. É óbvio que algumas pessoas têm aptidões diferentes e aí é mais fácil pra quem já se interessa pelo assunto e se dedica a estudar, aprender e praticar mesmo. Então por exemplo eu venho, eu tenho um feedback de história da arte, de pintura, minha primeira faculdade foi de pintura. Então todo esse processo de leitura da imagem de direcionamento, de como posicionar, como dirigir, Isso tudo pra mim, posicionamento de luz, enfim, o que que é aquela luz quer dizer, como que aquela luz vai impactar na foto. Isso tudo vem de muito antes da fotografia. Não é todo fotógrafo que vai ter esse background e não é necessário também, porque senão todos seriam pintores né? Mas por exemplo a maioria dos fotógrafos da época que a fotografia foi criada, eram pintores que não deram certo, né? Encontraram ali na fotografia uma alternativa pra trabalhar a imagem, pra trabalhar com imagem e pra transformar a imagem em algo pra o eterno. Então assim, eu acho que a leitura de composição, a montagem da composição, a direção, o direcionamento, tudo isso é aprendido, é possível ser aprendido. E é óbvio que pessoas têm talentos diferentes, mas não é impossível pra quem se interessa em fazer, né? Então eu acho que é algo que vai fluindo, entende? Não consigo, por exemplo, você com o italiano. Você fala italiano desde criança, sei lá, desde a adolescência. Não necessariamente você precisava ser tradutora, né? Mas essa era uma aptidão que você já tinha e aí você foi escolhendo seu caminho pelo que mais te dava prazer e que pra o que você era mais fácil de fazer, enfim, que você tinha interesse.
E é óbvio que esses interesses vão se tornando diferentes ao longo da vida e a gente vai fazendo transições. Então o que eu quero dizer é que a gente começa de uma forma e aí a gente sempre vai ser iniciante em alguma coisa, não adianta querer começar sendo o melhor do mundo, não vai acontecer, vai ser só um grande desestimulo na verdade né? Mas eu acho que, voltando a pergunta, o olhar do fotógrafo ele vai se criando e se adequando ao longo do tempo de dedicação e ao longo das pesquisas e de acordo com quem está na sua frente também se deixando fotografar, porque é um trabalho de troca e precisa estar presente. As duas partes precisam estar ali se dedicando e se conectando.
Isabella Fortunato
O que que você diria pra uma pessoa que está ali de modelo, mas essa pessoa não é modelo? O que que você diria, o que que você diz num ensaio, né? Uma mulher que está ali com vergonha, que nunca fez aquilo ali, o que que você diz, o que que você dá de dica pra ela se soltar, pra ela posar?
Ellen Soares
Eu não tenho muita dica pra começar. É engraçado isso, porque a minha direção acaba sendo muito de acordo com o que as pessoas me dão. E por muito tempo eu achava que isso estava errado, né? Mas eu descobri que isso coloca as pessoas em um lugar de conforto. Então, por exemplo, não adianta eu chegar pra você e te dar a posição certa. Por exemplo, se eu te pedir pra sentar e aí o que eu falo, pra começo de conversa sempre, é vamos começar, a primeira meia hora vai ser meio estranha, a gente está aquecendo, a gente está se conhecendo e tudo bem, faz parte e faz parte em todo o ensaio. Então, assim, eu vou sempre te pedir alguma coisa, né? Eu vou sempre te pedir ou pra ficar em pé, ou pra sentar. E às vezes eu tenho uma imagem na minha cabeça, eu falo, ah, senta e encosta da seguinte forma. E a pessoa... ficou completamente diferente do que eu pedi. Mas assim completamente diferente mesmo. Tipo, encosta a mão direita na ponta do banco. E aí encosta a mão esquerda na parte de trás. E não importa, porque no fim das contas a direção ela é só uma direção. Por que não trabalhar com o que a pessoa está me dando como alternativa? O que que pra ela é confortável de fazer. E isso traz muito mais personalidade e originalidade pro ensaio. É isso que vai fazer com que as pessoas se sintam confortáveis, né? É melhor do que falar no meio do ensaio, não, não, não é assim, não é isso que eu estou te pedindo. Não importa, às vezes no geral, na maioria das vezes, o que eu estou eu tô pedindo não importa, é só um ponto de início pra ter um resultado fim que talvez nem eu saiba qual é e nem a pessoa que tá sendo fotografada sabe o que deseja também, né? Então é só um ponto de início pra começar a fluir. E o importante é deixar fluir na verdade, né?
Isabella Fortunato
É, eu vejo modelos, né? As modelos sabem exatamente o ângulo melhor, o que que o cliente quer, qual a melhor posição ou qual é o melhor praquela roupa, praquele ensaio. O que que a gente poderia fazer com pessoas que são leigas, como é que elas podem descobrir o melhor, o melhor lado, o melhor perfil, o que que a gente pode dizer pras pessoas treinarem um pouquinho antes de fazer o ensaio?
Ellen Soares
Então, na verdade, a modelo sabe o que ela tá fazendo porque ela pratica há muito tempo o que ela tá fazendo. Então é o ofício dela, é obrigação dela saber qual é o melhor lado dela e talvez o melhor lado dela vai ser o lado que não interessa pro cliente dela. Então ela também tem que estar desprendida disso. Por que que a modelo sabe se posicionar? Por que que ela sabe fazer o olhar com intenção? Por que ela sabe? É prática no fim das contas, é prática. É muito tempo praticando na frente do espelho, deixando o celular paradinho também em cima de um tripé ou em cima de alguma alguma coisa que dê estabilidade e deixar um vídeo rolando e ir mudando as poses e posições pra ir entendendo como é que o corpo se relaciona com o espaço e com a roupa, por exemplo. Qual é o objetivo, né? O objetivo é mostrar uma peça de roupa, o objetivo é mostrar um cabelo, o objetivo é estar na foto e ser fotografado. Então tudo depende muito do que que a gente espera daquele ensaio. O ensaio feminino ele vai ser muito mais um ensaio de beleza, de como que a pessoa quer se sentir ali do que um ensaio pra mostrar a roupa. Isso não é uma questão, né? No ensaio feminino. Ela quer só ser ela mesma.
Isabella Fortunato
É no caso do ensaio corporativo por exemplo. A mulher, a roupa ali ela vai ser parte da composição, mas ela não vai ser o protagonista, né? O protagonista é aquela, não é nem a mulher em si talvez, é aquela força que ela quer passar, é aquele personagem que ela quer passar né?
Ellen Soares
É a ideia que ela quer que outras pessoas tenham dela. O ensaio corporativo é isso. Como que eu quero ser vista por outras pessoas? Então talvez o que ela queira pra vida pessoal dela, e às vezes isso pode confundir a cabeça das pessoas, não é a forma como ela quer ser vista. Então a forma como ela se coloca importa no ensaio corporativo. E aí tem uma coisa, até voltando um pouquinho na pergunta anterior, que é assim. A fotografia pra mim ela é muito uma dança né? Então teve o clique e muda qualquer coisa que você mude. Ao longo de entre um clique e outro é uma foto diferente. Às vezes é um olhar. Às vezes é a direção do nariz. Às vezes é o queixo pra cima ou pra baixo. E isso tudo o fotógrafo vai ajudando a dirigir e a criar a imagem que você deseja transmitir, né? Então por exemplo, no ensaio corporativo eu quero passar autoridade. Então de repente a posição da câmera tem que estar um pouquinho abaixo do queixo. Porque aí vou te ver de baixo pra cima. Eu vou te ver assim e isso daqui transmite né? Amplia meu corpo e transmite que eu sei mais do que você, porque a arrogância está um pouquinho no nariz empinado também, entende? Então assim, isso tudo varia muito e aí saber, pedir pro fotógrafo num ensaio corporativo o que que você quer faz diferença no resultado que você vai ter. E aí por isso que é importante assim... eu não sei posar em geral né? Eu, eu, Ellen, eu não sei posar. Eu não sei, talvez eu não saiba nem o que eu quero que as pessoas pensem de mim, o que é muito comum. É uma das coisas mais comuns que existe na vida. Então o que que eu sempre peço? Traz umas referências. Busca na internet, onde quer que seja, referências. Como você gostaria de se ver no seu ensaio? E isso é uma coisa que eu preciso que o cliente me dê. Não tem como eu levar para o cliente. É um caminho de mão única.
É óbvio que eu posso levar referências e levar situações e sugestões. Mas quando eu levo, quem está criando essa persona, quem está criando esse personagem, esse perfil corporativo sou eu, não é o cliente. E aí pra eu errar e o cliente não ficar satisfeito é assim, porque a gente não sabe. Porque na minha cabeça, às vezes pelo o que o cliente me falou, é uma coisa, mas aí quando ele traz a referência é outra completamente diferente. Então acontece muito, por exemplo, ai eu não uso maquiagem todo dia, eu não quero, não acho que precisa de maquiadora, ou eu não me preocupo muito com qual roupa que eu vou vestir todo dia porque eu trabalho de home office e eu não preciso me preocupar com isso. Mas aí se a gente está falando de uma fotografia corporativa é como que você iria vestida pra uma reunião com que você quer há muito tempo? É o melhor cliente da sua vida. É aquele que você sempre quis alcançar. Como você vai se vestir pra essa reunião? Essa é a roupa que você precisa ir pro seu ensaio. É assim que você quer que as pessoas te vejam. Tudo bem, você não usa maquiagem todo dia pra trabalhar porque você trabalha no home office ou porque, enfim, você não sente necessidade, você não gosta. Mas faz diferença contratar o serviço de beleza. Isso influencia na sua autoestima na hora que você vai entrar no ensaio. E aí você já entra no ensaio com outro olhar, outra entrega. Porque você já viu parte da transformação acontecer na sua frente em questão de uma, duas horas. Então tudo influencia, sabe? E é óbvio que existe a possibilidade de puts, estou sem dinheiro, não quero investir na maquiadora agora e faz parte. E aí a gente vai partir do vem maquiada, faz a sua maquiagem de todo dia, faz a maquiagem como você se sente confortável e é com isso que a gente vai trabalhar e faz parte, não tem problema nenhum. Agora tem como investir um pouquinho mais? Invista, porque essa é a sua imagem. É como as outras pessoas vão te ver. E mais do que como as outras pessoas vão te ver, é como você vai se sentir e se relacionar com você mesmo.
Isabella Fortunato
Uma das primeiras coisas que você falou sobre fotografia pra mim, você falou pra uma galera né? É o seguinte: não querem maquiadora, tudo bem, venham com a pele feita, o resto a gente corre atrás né?
Ellen Soares
A cor de batom a gente troca, adiciona maquiagem, a gente adiciona. Também não vem com a maquiagem de noite pelo amor de Deus. Ninguém quer ver um cílio que vem até aqui a sobrancelha, gigantesco, porque essa imagem transmite outra coisa e às vezes até... então às vezes isso acontece, se a gente estiver falando... vou falar de duas situações né? No ensaio corporativo já aconteceu de eu ter cliente que queria maquiagem de noiva. Eu falei, meu Deus, porque a maquiagem de noiva é uma maquiagem para ser vista. Né? É uma maquiagem de evento, é uma maquiagem que ela é mais intensa. Então como que eu faço pra desconstruir essa ideia? É possível desconstruir essa ideia ou não é possível desconstruir essa ideia? Porque não foi possível desconstruir. E a gente trabalhou com a maquiagem de noiva porque era o que ela queria. E aí é como a pessoa quer ser vista e eu tenho que respeitar isso. Porque a minha noção do que eu acho que deve ser uma foto corporativa não é como tá dentro do paradigma de vida de outra pessoa e eu tenho que respeitar o paradigma de vida e as crenças de outra pessoa. E o meu objetivo é entregar o que o cliente quer, então é atingir uma expectativa. Faz parte dessa expectativa fazer a foto de noiva e a maquiagem de noiva pra um ensaio corporativo. E tem também, por exemplo, a outra situação de um ensaio feminino. Vai ter batom vermelho? Ou não vai ter batom vermelho? Como que essa mulher quer se ver no ensaio dela feminino? É sensual ou não é sensual? Ele pode ser feito num quarto de hotel ou ele pode ser feito na rua? Qual é o objetivo final, né? Então isso tudo é uma construção e requer muita consciência de quem está pedindo pelo ensaio do cliente em si né? Da cliente no caso.
Isabella Fortunato
Me diz uma coisa, pelo que você já tem trabalhado, em que momento da vida a mulher quer fazer o ensaio sensual, um ensaio feminino, um ensaio que não seja corporativo? É só um ensaio pra ela.
Ellen Soares
Tem várias, principalmente marco de idade. Não sei. Tipo trinta anos. Eu estou fazendo trinta anos e eu quero um ensaio desse momento da minha vida. Quarenta anos. Eu quero um ensaio desse momento da minha vida. Em geral, quando completa a idade com o zerinho né no final. Tem esse momento ali de eu não sou mais como eu era, então tem ali aquelas fotos clássicas de quinze anos que acontece sempre. Sempre não, eu não tive de quinze anos, mas costuma acontecer, é um marco e aí nos vinte não costuma ter muita procura, a não ser que seja uma mulher, uma menina que tem muito interesse por isso. Mas aos vinte tem um gap ali de de com relação a si, eu acho que é uma fase de autodescoberta muito grande e falta de atenção, né? Porque você está recebendo tudo de informação externa. Tem ali seu início de liberdade, né? Pro mundo, de que eu vou fazer da vida, o que que eu faço com tanta liberdade, como é que eu me coloco. Então é uma cabeça muito confusa, e aos trinta já tem o "passou isso tudo aqui pra trás". Eu já tenho trinta anos, eu já tenho uma vida adulta, eu já tenho uma vida independente emocional, financeira, familiar, tudo. Preciso registrar esse momento. E depois aos quarenta de novo, porque passou de novo, mas aí já está olhando pra frente. E aí já está olhando pra um corpo que sabe que não vai mais ter o corpo como a sociedade pede. Então ali os quarenta é muito um momento de ruptura.
Isabella Fortunato
Pior que é, pior que é. E a gente começa a se enxergar de outra forma. A gente tem uma questão com a autoestima muito dual, né? A gente tá com a autoestima lá em cima, por um lado, mas tem uma insegurança pelo outro e aí a gente quer arriscar, porque a gente sabe que aquele momento ali é o momento de arriscar. Tipo eu quero ir, né? Imortalizar aquele momento ali, como eu me sentia naquele momento, quero relembrar como eu me sentia naquele momento da minha vida e eu acho que os quarenta são uma chave pra isso muito grande. Né, mulher de quarenta? A mulher de quarenta tá bombando. Ó, lá vem o patrão querendo expulsar a gente.
Ellen Soares
Querendo expulsar a gente. Tá errado. Sai daí, vai embora.
Isabella Fortunato
Patrão, você não vai ser fotografado, esquece. Mulheres, mulheres de quarenta, mais de quarenta, menos de quarenta...
Luciano Fiorani
Isabella?
Isabella Fortunato
Eu.
Luciano Fiorani
A gente pode fazer um convite ao vivo e no ar pra que Ellen seja a fotógrafa oficial da entrega do prêmio Troféu Ponto e Vírgula onde a maioria dos vencedores é mulher.
Ellen Soares
Olha, já aceitei.
Isabella Fortunato
Então Ellen já vai fotografar o nosso evento maravilhoso.
Ellen Soares
Já, já temos um sim.
Isabella Fortunato
Olha só, gente.
Ellen Soares
Tô facinha.
Isabella Fortunato
Ellen é uma fotógrafa maravilhosa de eventos também. Aqui a gente falou só de mulher, mas porque é o tema do programa. A Ellen fotografa eventos também, ela é maravilhosa, sigam o @auraestudiofoto, bota aí patrão.
Ellen Soares
Bota aí, coloca esse arroba aí.
Isabella Fortunato
Façam o ensaio com a Ellen, nunca mais a vida de vocês vai ser igual.
Ellen Soares
Olha! É impactante isso da mulher que já fez uns três ensaios, três ou dois?
Isabella Fortunato
É! Aí oh! @auraestudiofoto, sigam a Ellen, vocês vão ver várias coisas, vários trabalhos que ela faz e vocês vão ficar impactados. É isso gente, Ellen, muito obrigada por ter vindo.
Ellen Soares
Brigada. Me convide mais vezes, que eu amo tá aqui.
Isabella Fortunato
Te convido sempre, porque eu acho que quanto mais a gente puder falar de autoestima da mulher, menos tabu será esse tema. Então sempre que a gente puder fortalecer a autoestima da mulher, a gente vai tá aqui fortalecendo. Então fica sim convidada. E galera, vamos aumentar essa autoestima aí, né? Vamos fazer o ensaio fotográfico que vocês vão ver que a vida de vocês vai mudar. Ter um olhar do outro é uma coisa incrível, incrível. Vocês vão ver, não é espelho, é através do olhar de uma outra pessoa que é profissional daquilo. Não tem igual gente. Mil beijos pra vocês, amanhã a gente tá aqui de volta, meio dia, não esqueçam. Mil beijos pra vocês.
Ellen Soares
Brigada, um beijo, até a próxima.