Aprenda a empreender com a Formula 1
Bom dia, boa tarde e boa noite, minhas marombeiras. E o de hoje, tá pago? Gírias hetero a parte, o episódio de hoje é especial. Isabella foi lá na cara dura e chamou a incrível Camila Bairros para falar conosco sobre esporte e mulheres no esporte! Camila é estudante de medicina apaixonada por automobilismo e por astronomia.
Transcrição retirada do programa Mulher de 40+ na Rádio Ponto e Vírgula.
Isabella Fortunato
Boa tarde meus amores, começamos mais um Mulher de Quarenta Mais, mais uma semana de setembro, o mês já está como? O final do mês já tá batendo na porta, Natal já tá quase aí gente, tá passando muito rápido meu Deus do céu. E comé que vocês tão? Comé que foi de fim de semana? Gente hoje eu tô com uma convidada aqui muito, muito especial, é uma convidada que eu consegui na cara de pau, eu falei fui no Twitter e falei participa do meu programa por favor. Eu a sigo há muito tempo ela é a Camila e ela adora esportes, então hoje vai ter mulher falando de esporte sim no Mulher de Quarenta Mais e lembrando que o Mulher de Quarenta Mais é um programa feito por uma mulher de quarenta, mas na verdade é pras mulheres de cinquenta, sessenta, cento e vinte, vinte e vinte e nove também Camila. Camila tem vinte e nove anos, é a nossa convidada mais jovem que passou por aqui mas com um conhecimento muito grande. Camila, muito obrigada por você ter aceitado minha loucura de vir aqui.
Camila Bairros
Não, imagina. Se eu soubesse teria vindo antes.
Isabella Fortunato
Ai, que legal. Gente, ela mora na Argentina e ela faz medicina lá. Segue ela, bota o arroba aí, chefe. Segue ela no Instagram, segue ela no Twitter, porque ela comenta todos os esportes que vocês puderem imaginar ela está comentando e aqui Camila é o lugar em que a gente quer estimular que as mulheres de quarenta se redescubram, deixem aflorar tudo que elas têm pra aflorar, mulher que gosta de esporte, gosta de esporte mesmo e mulher que quer mudar de carreira, que quer empreender, que se espelhem nesses esportes pra poder... eu, por exemplo, empreender, eu acho que Formula Um, por exemplo, que é o que a gente mais vai falar aqui hoje, tem muito a ver com empreendedorismo, tem muito a ver com carreira, tem muito a ver com o também deixar espairecer também no fim de semana, né? Tem um pouco de tudo aqui, o que que você acha, como é que começou tua paixão pelos esportes? Me conta aí.
Camila Bairros
Desde muito pequena, desde muito bebezinha, minha mãe me colocava na frente da televisão pra ver futebol porque era quando eu ficava quietinha. E ficava lá assistindo sempre desde muito pequena. E assim eu acabei sofrendo um pouco por mulher e gostar tanto de futebol porque teoricamente é uma coisa de meninos né? Hoje em dia já não é mais tanto, mas na época sim. E meu pai não dava muita bola pra mim gostar de futebol. Tanto que ele é gremista, eu sou gaúcha e eu sou corintiana. Então o negócio foi escalonando de uma certa maneira. E eu lembro de ser pequena e estar na casa dos meus avós brincando com os meus primos e parar na frente da TV pra assistir Fórmula Um. Não sei por que motivo, não sei porque aquilo me chamava tanta atenção. Os meus primos ficavam vamos brincar, vamos brincar, isso é chato. E eu achava aquilo o máximo. E aí eu comecei a ver mesmo Fórmula Um em 2004 quando o Alonso começou a ganhar. Aquilo começou a me chamar atenção. Também não sei porquê e nunca mais larguei. São coisas que estão presentes na minha vida sempre. Futebol então aqui é o meu escape assim, porque estudante de medicina estuda muito e eu geralmente saio de casa pra ir pro estádio. Aqui na Argentina só. É assim.
Isabella Fortunato
Cara então você é muito mais nova que eu mas você começou a curtir Fórmula Um muito antes de mim, porque eu comecei a curtir em 2007 exatamente quando o Hamilton surgiu enchendo o saco do Fernando Alonso e acabando com o tricampeonato dele.
Camila Bairros
Não, o mais engraçado foi que nesse ano de 2007 eu sou McLaren desde sempre, apesar de gostar muito do Alonso que era Renault, eu sempre fui McLaren desde sempre e os dois estavam na minha equipe, aí os dois ficavam brigando e eu ficava chateada porque eu queria que eles fossem amigos né? Eu era muito nova, eu tinha, não sei 2007, eu tinha quatorze anos, eu queria que eles fossem amigos
Isabella Fortunato
É e na verdade o Hamilton também era muito novinho naquela época e ele não tinha nada na cabeça, vamos combinar né? Eu amo o Hamilton mais do que tudo, mas ele não tinha nada na cabeça que é o que é o que eu acho que está acontecendo com alguns, nem todos, novos que estão vindo eu acho está meio assim meio doido da cabeça é querendo a corrida por tudo né? Tipo vale tudo pra ele né?
Camila Bairros
O Hamilton era muito assim e o Alonso ele tinha aquele ego de recém campeão, aquela coisa, agora parece que ele deu uma perdida, mas ele ainda tem e ele não queria perder pra um novato. E realmente isso que tu falou acontece bastante. Eu sou McLaren até os ossos e gosto muito do Lando Norris, mas me parece que muito da maturidade que ele tinha, me parece que ele perdeu e ele está assim também. Ele quer fazer as coisas atropelado e não dá.
Isabella Fortunato
Por outro lado o Ricciardo que tem a maturidade que tem não consegue performar né? Tendo basicamente o mesmo carro. Eu não entendo porque eu amo Ricciardo.
Camila Bairros
Não. E eu acho que foi um alívio tanto pra equipe quanto pra ele sair daquela situação ali. Porque ele estava literalmente apanhando de um novato que é o Norris, um garoto muito novo e ele não ia mudar essa situação. Passaram dois anos. Uma temporada e meia.
Isabella Fortunato
Você acha que é uma questão da McLaren? Você acha que é o carro? Você acha que é ele? O que você acha que aconteceu ali?
Camila Bairros
Eu não sei, eu acho que ele tinha muito um estilo de pilotagem dos carros da RBR e, tanto que saiu e demorou muito pra adaptar na Renault. Quando se adaptou na Renault, veio pra McLaren. E a McLaren faz o carro e o piloto que se vire. Sempre foi assim. Só que como o Lando cresceu lá dentro, eu acho que ele já está muito mais acostumado da maneira que é a McLaren trabalha e o Daniel não conseguiu se adaptar literalmente. Só que eu acho que também o que a gente escuta por fora é que ele passava muito tempo sem ir treinar em simulador. Então me parece que faltava também um pouco de esforço. Agora por último ele estava até mais. Mas isso era o que eu ouvia de bastidor, então também não sei se é verdade, mas a minha é a melhor opção pra ele foi realmente sair até pra ele mesmo porque é muita pressão e com pressão o piloto não adianta.
Isabella Fortunato
Não. Ali ou você tem muito muito trabalho de coaching porque você precisa estar com a cabeça no lugar. Muita terapia e muito trabalho de coach. Ou você realmente não consegue lidar com aquela pressão e eu acho que quanto mais dinheiro se investe mais pressão se tem, quanto maior a equipe, maior é a pressão né? E o que que você acha que está acontecendo com a Mercedes, Camila?
Camila Bairros
Eu acho que a Mercedes teve o carro que nasceu errado. E não vai consertar até o final do ano.
Isabella Fortunato
Você acha que eles já não largaram esse carro pensando no carro do ano que vem?
Camila Bairros
Não sei porque como a gente teve um atraso nessa mudança de regulamento, todas as equipes começaram a trabalhar nesse carro do novo regulamento que começou esse ano muito antes, porque esse regulamento novo era pra ter entrado no ano passado ou 2020 mas não entrou por causa da pandemia e não era pra ter sido ano passado. É, não entrou por causa da pandemia. Mudou tudo, o carro era muito maior, o carro diminuiu de tamanho. Mudou basicamente tudo. O carro é completamente outro. O carro do ano passado, literalmente, eles jogaram fora. Não tinham muito o que aproveitar. E o que me parece é que a Mercedes começou o desenvolvimento desse carro muito antes que todas as outras equipes e o porquê que deu errado. Ninguém sabe dizer. Ninguém vai saber.
Isabella Fortunato
O que eu acho é que eu vejo o Hamilton muito tranquilo e a última vez que eu vi o Hamilton muito tranquilo foi quando ele saiu da McLaren pra ir pra Mercedes, daí ele foi com muita tranquilidade pra Mercedes e eu estou vendo ele esse ano muito resignado, tipo, é o que tem pra hoje e está tudo certo eu não estou competitivo e está tudo certo, como se ele tivesse uma carta na manga pro ano que vem, sabe? Eu estou nessa esperança né eu como fã estou nessa esperança
Camila Bairros
Eu também. Querendo ou não. Ele sempre foi um dos pontos que eu mais gosto. A McLaren também é uma equipe que eu gosto muito. Tirando a RBR que não né? A gente tá num momento de sofrimento esse ano.
Isabella Fortunato
Gente, ninguém simpatiza, né? Como é, como é que a pessoa tem uma falta de carisma como o Vestappen, né? Eu não consigo gostar dele, eu acho que o brasileiro não consegue gostar do Vestappen. Todo mundo com quem eu converso não consegue gostar da RBR né, da Red Bull e não consegue gostar do Vestappen.
Camila Bairros
É, me parece ser uma minoria que é muito fanática e é fechada naquilo ali no Vestappen não é nem na equipe é no Vestappen e se ele mudar de equipe não sei o que vai acontecer, não sei se é a Red Bull tem força no Brasil digo, claro, não sei se não tem força pra ter torcedores no Brasil sem o Vestappen e quem é dele é muito fechado com ele. Mas não é muita gente. Me parece que o Hamilton tem muito mais da torcida. Muito mais.
Isabella Fortunato
Sim. Agora talvez entrando um brasileiro, talvez as coisas mudem aqui no Brasil. A torcida mude, né? Saia do Hamilton e vá pro Drugovich né?
Camila Bairros
É que querendo ou não a gente brinca que o Drugovich é um brasileiro né?
Isabella Fortunato
É. Ele também gosta né? Ele também gosta né?
Camila Bairros
Eu inclusive só chamo ele de Brasileirinho. E é assim mas realmente eu acho que essa vinda do Drugovich mesmo como um piloto reserva vai trazer muito do sentimento do brasileiro que se foi com Senna né? Tem muita de... meus pais por exemplo assistiam muito Senna e pararam de assistir quando o Senna faleceu pra ele morreu em 94 então...
Isabella Fortunato
Todo mundo fala isso e eu lembro assim eu muito pequenininha porque quando o Ayrton morreu eu tinha doze anos, eu era muito pequena quando ele tava no auge dele né. Mas meu pai era fanático e lá em casa assim não tinha um domingo que não tivesse Fórmula Um lá em casa. Era loucura assim. E eu não gostava, eu não gostava. Eu realmente só gostei, só assumi na verdade quando veio o Hamilton, porque eu me identifico muito com o Hamilton. Eu acho que o Hamilton ele começou muito novo e errou muito. Ele errou muito. Ele teve a possibilidade de errar muito dentro da McLaren. Né? Eu acho que eles davam muita possibilidade pra ele errar ali dentro e ele errou tudo que ele pôde errar. E depois se tornou que ele se tornou hoje, né?
Camila Bairros
Provavelmente. Eu vejo que o tratamento que o Hamilton recebia na McLaren em se parece muito ao tratamento que o Lando Norris recebe na McLaren e ele é meio que o filho da equipe. Ele pode tudo e a gente vai deixar ele fazer o que ele acha que ele tem que fazer. Como por exemplo foi o Lando Noris lidera corrida na Rússia e ele decidiu não entrar pra trocar pneu, ele perdeu a corrida e aconteceu tudo aquilo que aconteceu. Triste, triste.
Isabella Fortunato
Sim, sim, é verdade.
Camila Bairros
Eu lembro que desse dia eu ainda disse, nossa mas ele tem uma opinião forte dentro da equipe porque eles respeitaram, eles chamaram e ele não quis ir então tá. Né? É. E pra uma pessoa tão nova ele ter essa voz e concorrer com Hamilton. Eu não tinha visto com outro piloto assim. Então me parece muito essa mesma situação então e eu acho bonito isso do Hamilton aí porque ele... dá pra ver que ele cresceu e ele evoluiu muito, muito, muito em toda a carreira dele desde que ele começou até agora e ele se tornou uma pessoa muito forte. Por mais que as pessoas não conheçam Fórmula Um, elas sabem quem é Lewis Hamilton. Todo mundo sabe quem é Lewis Hamilton, então é a representatividade que ele traz claro pra tudo que ele defende, mas também pra esse esporte é muito forte.
Isabella Fortunato
Não, com certeza, né? Um negro na fórmula um, heptacampeão, coisa que só tinha sido conseguida pelo Schmacker até então, né? Que é branco, que é alemão, que é, foi na Ferrari, etc. Ser conseguida por um negro realmente que de fato defende, ele de fato defende questões raciais, ele defende, ele veste a camisa das questões raciais porque ele poderia simplesmente fechar o olho e falar não eu só sou mais um e não ele defende todas as causas eu acho muito bonito. E é num esporte que é um esporte elitista né? Completamente elitista e que não olha pra certas questões e fez dele um um símbolo top né? Que ele é muito mais do que um piloto de Fórmula Um como você falou.
Camila Bairros
E aí já virou um ícone né?
Isabella Fortunato
Um ícone cultural, um ícone em várias áreas né?
Camila Bairros
Sim um ícone como pessoa porque dá pra ver até o jeito que ele trata os fãs dele, ele é uma pessoa muito Carismática, muito querida, tá? Trata todo mundo muito bem, nunca é grosseiro com ninguém, então é literalmente um ícone de muitas áreas e muitas coisas.
Isabella Fortunato
É a forma como ele trata a equipe, perdendo ou ganhando, é muito bonita, né? É de muito carinho, é muito educada. Ele é o inglês que não é socialite né? Ele realmente é uma pessoa muito carinhosa, muito carismática. Sim. E se ele resolver parar hoje, ele ainda vai ter muita coisa pra fazer assim, ele vai ter muita coisa, muitas direções pra tomar, né?
Camila Bairros
A gente só não sabe qual ele vai querer, né? Se a direção da moda, se é a direção da música, né? É uma pessoa multifacetada mas é exatamente como tu disse, ele é uma pessoa que evoluiu muito e é uma coisa que eu acho que Vestappen tem que acontecer na vida dele enfim, tem uma vida muito mais simples porque é um branco e europeu, rico...
Isabella Fortunato
Filho de pessoas de Fórmula Um, ou seja, já há gerações dentro da Fórmula Um. Mimado claramente mimado, né?
Camila Bairros
E muito famoso, muito novo já campeão mundial com asterisco, mas já campeão mundial.
Isabella Fortunato
Em Singapura a gente vai ver, né? É. Infelizmente. Já vai ver ele, ele meio que campeão.
Camila Bairros
Resta saber o que ele vai fazer com isso. Se ele vai atrás de ajudar alguma causa, alguma coisa, o que eu acho muito difícil, mas, que me parece uma pessoa muito centrada no seu próprio meio e é uma pena.
Isabella Fortunato
É, uma pena mesmo de fazer da fama e do dinheiro que ele ganha um nada né? Eu gosto muito de falar de Fórmula Um aqui no programa porque eu gosto sempre de fazer um paralelo com empreendedorismo porque eu acho que a Fórmula Um é um dos esportes mais estratégicos que a gente tem, porque você pensa você pensa na equipe, então você tem que ter um trabalho de equipe muito firme e é um trabalho de equipe de uma equipe muito grande, não é como um futebol, né? É um trabalho de equipe muito grande, é uma equipe muito grande, é é engenheiro, é mecânico, é alta direção, tudo isso e fazer da pessoa que está ali em uma hora de corrida fazendo, dando o seu show, fazer daquilo ali um algo além né? Algo a mais como o Hamilton fez, como Senna fez, como muitos fizeram e como Vestappen ainda não se encontrou, talvez pela pouca idade ou pela pouca experiência, não sei. Mas eu acho que a gente precisa olhar isso também dentro da nossa carreira, né? Eu não sei se você vê algumas semelhanças com medicina mas de pensar, de trazer da estratégia, trazer do que você aprende de técnico algo que seja pro povo, né? Algo que seja pra vida, algo que seja pra sua imagem, mas não só pegar a sua imagem e fazer disso uma causa muito maior, uma coisa muito maior, né? E eu gosto muito da Fórmula Um porque é esse esporte multifacetado. Não é só entrar no carro e correr uma hora. Vem de anos, são anos construindo uma marca, construindo um branding pessoal, um branding da equipe, né? Você está construindo isso há anos e anos e anos e você passa assim, como você estudando medicina, você leva anos e anos e anos pra construir sua carreira, né? Você consegue ver esse paralelo assim na sua carreira?
Camila Bairros
Sim consigo porque além de ter que ter um planejamento, a medicina também é uma profissão que depende de muitas pessoas. Nenhum médico consegue salvar alguém sozinho. É muito difícil. Tu precisa de fermentos, tu vai fazer uma cirurgia, tu precisa de um anestesista, tu precisa da instrumentadora, tu precisa de outros tantos enfermeiros ou até da ajuda de outros cirurgiões. Então tem que ter toda uma estratégia. Tu não vai abrir uma pessoa, olhar pra dentro e ver o que fazer. Claro. Numa emergência. Mas assim, no geral, tem que ter um planejamento do como tu vai fazer uma cirurgia, de como tu vai acordar essa situação. E é mais ou menos como na Fórmula Um, eles têm estrategistas a rodo pra saber qual é a melhor estratégia pra ganhar uma corrida.
Isabella Fortunato
E pra ganhar o campeonato né? Talvez a corrida em si é tão pequena né que a equipe é mais importante até que o campeonato do piloto que é mais importante do que uma classificação do que... você já sabe que área você vai querer seguir na medicina, você já escolheu isso?
Camila Bairros
Ainda não. Eu gosto muito de cirurgia. Gosto muito de cirurgia plástica. Que é uma coisa que não sei porquê, mas me chamou muita atenção, adoro. E gosto muito de emergência. Cirurgia de emergência, a dor também, trauma. São dois caminhos completamente diferentes.
Isabella Fortunato
Completamente diferentes, né? Olha, quarta-feira, amanhã ou quarta-feira, um dos dois dias, a gente vai ter aqui um diálogo exatamente sobre a autoestima em cirurgia plástica, que eu acabei de fazer uma cirurgia plástica e é mais ou menos como o esporte, eu vejo, a gente pensa que é uma coisa fútil, né? Ter uma cirurgia plástica ou gostar de um esporte, é uma coisa fútil. Mas eu vejo o quão importante foi essa cirurgia na minha vida, na minha autoestima, na maneira como eu me olho. E o efeito que isso tem na autoestima né? Assim como o esporte em que pode parecer assim. Ah a Isabella gosta de esporte porque ela não tem o que fazer no fim de semana. Não, muito pelo contrário, são coisas que eu adoro fazer, mas que fazem de mim uma pessoa completamente diferente e uma pessoa completamente mais ciente de algumas coisas, mais responsável por algumas coisas e então se você quiser seguir pela cirurgia plástica, cara, siga porque muitas mulheres precisam disso pra poder se reerguer se... Voltarem a viver, né? Porque não é só uma questão estética, não é só ah vou botar meu narizinho no lugar, muito pelo contrário, né? É o meu sonho e eu vou botar o meu sonho antes de tudo. E eu sinto que a cirurgia plástica é exatamente isso. Então se você quiser, siga, porque sou muito fã. Vicia esse negócio. Eu adoro fazer cirurgia meu Deus do céu. Já estou pensando na próxima. É igual a tatuagem. Já fico pensando na próxima que eu vou fazer.
Camila Bairros
Ao que me parece assim que eu vejo também a relação com o esporte da cirurgia plástica é que isso alinha muito a nossa cabeça. Porque querendo ou não, tu está bem contigo mesmo te ajuda em todo o resto. E as pessoas acham que é uma coisa fútil, mas ficar se olhando no espelho e não gostar do próprio nariz, todos os dias? Ai tive que sair com as minhas amigas, tirei uma foto ai olha o meu nariz não vou postar porque eu não gosto do meu nariz, não, ficou gigantesca nessa foto, não vou postar. Isso tudo acaba afetando. A gente acha que não mas sim afeta. E aí é literalmente essa parte do mental mesmo. Te ajuda no teu menta você estar bem consigo mesmo. Assim como o esporte me desopila de tudo que eu tenho pra fazer no dia a dia. E ajuda a manter a cabeça no foco, né? Porque querendo ou não, sem foco tu não consegue fazer nada.
Isabella Fortunato
É verdade e a gente tem outro programa aqui que se chama É Hora de Ter Tempo em que a gente fala muito nisso que assim, a gente precisa de foco, mas a gente precisa distrair a nossa mente também pra poder ter foco. Porque só o foco pelo foco também ele não serve de nada. Mas uma outra coisa que eu acho que tanto a Fórmula Um como a cirurgia plástica se comunicam é o papel da mulher nisso tudo, né? Porque o que eu vejo são muitas mulheres que tem a autoestima pisada por homens, por namorados, por maridos e etc. Assim como as mulheres na Fórmula Um, não é à toa que a gente não vê uma piloto mulher na Fórmula Um. Sempre sendo as mulheres que gostam de Fórmula Um, as mulheres que comentam a Fórmula Um e sempre sendo colocadas de lado, a nossa opinião sempre sendo colocada de lado, como se a gente não tivesse sensibilidade nem conhecimento técnico o suficiente pra poder falar de determinadas coisas ligadas ao esporte em geral mas a Fórmula Um em particular né?
Camila Bairros
Sim, sempre. É incrível como todas as vezes que a gente dá uma opinião, seja no Twitter, seja Instagram, seja em qualquer outro lugar, a nossa opinião sempre é contestada. E se eu disse que o carro azul chegou em primeiro lugar, algum homem vai vim e vai dizer ele chegou em primeiro lugar porque ele passou o Fulano. Eu sei, é incrível como eles transformam exatamente a coisa que a gente diz duma outra maneira pra firmar aquilo, que não você não sabia sobre isso, eu tenho que te explicar. Não, não tem.
Isabella Fortunato
É. Eu fico lembrando da Mariana Becker na Globo como ela era preterida. Ela era deixada de lado o tempo inteiro nos comentários. E agora na Band eu vejo ela sendo bem mais valorizada né? Ela tem mais tempo de falar, ela tem mais liberdade pra falar e ela está conseguindo colocar todo o conhecimento dela pra fora. Eu acho isso maravilhoso.
Camila Bairros
Sim. Bem mais e ela tem muito conhecimento, ela tem mais de dez anos de Fórmula Um, ela tem o quê? Quinze anos de Fórmula Um praticamente. E ver isso não ser aproveitado é muito difícil. Porque ela tem muita história ali dentro. Todo mundo... e se tu for ver no Instagram dela, que ela mostra os bastidores de tudo que acontece, ela é uma pessoa muito querida lá dentro uma pessoa muito respeitada lá dentro. E aí quem vê apenas pela televisão não se dá conta disso. E todas as equipes acolhem a Mariana porque todo mundo conhece a Mariana e todo mundo gosta da Mariana. A Mariana sabe muito sobre Fórmula Um. E isso dela estar sendo mais vista agora depois de quinze anos é uma coisa que até me deixa triste. É triste. Cara, por quê? Só porque ela é mulher? Ela não pode ter uma opinião? Era muito estranho ver quando eles tinham outros repórteres homens fazendo a cobertura e tal. Às vezes Mariana não podia ir. Enfim, tiveram algumas vezes e dava pra ver que o tratamento era diferente. Isso que era o difícil de assistir. E eu não consigo entender o porquê. Só porque não é um esporte de mulher?
Isabella Fortunato
Quando ela pedia a palavra, eles demoravam muito tipo, sempre arrumava alguma coisa pra dizer na hora que ela ia falar pra não deixar ela falar e depois dar a palavra pra ela, tipo só vai falar na hora que eu quiser, na hora que eu achar que deve. E agora ela pede a palavra e eles deixam. Mas eu ainda acho que entre os comentaristas, ainda tinha que ter mais mulher.
Camila Bairros
Concordo.
Isabella Fortunato
Tem muita mulher boa no Twitter comentando. Eu basicamente só vejo Fórmula Um no Twitter né. Acho que é a única coisa que eu uso o Twitter é pra ver a Fórmula Um e comentar. E eu acho que deveriam dar espaço pra mais mulheres. Eu acho que tem muito mais mulheres que entendem de Fórmula Um e que poderiam estar ali. Né?
Camila Bairros
Sim. Sim, muitas. Muitas mesmo. A gente passa, eu sigo, claro, muitos homens também, mas assim o meu Twitter é oitenta por cento mulheres falando de Fórmula Um. Então por que não? Por que não pode ter uma mulher comentando? A gente não entende porque não faz nenhum sentido. E me parece que cada vez as transições não evoluem. Estão sempre no mesmo pé. Sempre com as outras pessoas.
Isabella Fortunato
É verdade. É verdade. E falando sempre as mesmas coisas da mesma forma né? Uhum. É verdade, é verdade. Alô Band, se vocês estiverem ouvindo a gente, por favor, vamos botar mais mulher pra comentar, chamem a Camila porque a Camila é foda comentando, ela sabe muito, ela sabe de tudo. Botem a Camila. Camila, se prepara.
Camila Bairros
Acho que eu até sabia mais. Sabe? Acho que eu até sabia mais, porque esse ano está complicado de acompanhar.
Isabella Fortunato
Está difícil, né? Está está difícil. Está difícil. Ai Camila, muito obrigada por ter vindo, muito obrigada. Olha gente, mais uma vez a gente tá aqui na Rádio Ponto e Vírgula, a gente tá no YouTube da Rádio Ponto e Vírgula, no YouTube do Mulher de Quarenta Mais e a gente tá também no Spotify, depois eu vou te passar tudo, Camila, pra você poder ouvir, passar pros seus amigos. E gente, muito obrigada por ter estado aqui, vejam Fórmula Um, vejam mais esportes, vamos valorizar o esporte brasileiro. E traz muita coisa boa pra gente, traz muita, vamos aproveitar que é ano de Copa, né? E falar um pouco do nosso país, não só de política, mas de esporte principalmente. Certo gente? Muito obrigada Camila. Um beijão pra você sempre. Brigada amor, brigada gente até amanhã meio dia aqui na Rádio Ponto e Vírgula.
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