Quem paga a conta?
Bom dia, galera querida. Hoje entramos em outro assunto que está na moda! Afinal, quem tem que pagar o raio da conta nos primeiros encontros? É o homem? É a mulher? Os dois racham? Os dois fogem do restaurante sem pagar? O que fazer? É certo dizer que podem existir diversas reflexões sobre esse assunto e vindo dos mais variados espectros políticos. Tem homem que paga pelos costumes da sociedade patriarcal e tem homem que paga porque sabe que o custo de vida de uma mulher é bem mais alto que o do homem. Há também as mulheres que não aceitam que o homem pague por uma questão de princípios feministas, e há mulheres que aceitam que pague por ser uma gentileza, uma demonstração de educação. Enfim, são essas e várias outras interpretações possíveis.
E hoje para falarmos disso recebemos convidados internacionais, estamos chiques. Trouxemos José Antonio Zetó, Silmara Leite e Wesley Soares para falarem suas opiniões e suas vivências de como se lida com isso no exterior!
Transcrição retirada do programa Mulher de 40+ na Rádio Ponto e Vírgula.
Isabella Fortunato
Mulheres de quarenta, mulheres de cinquenta, mulheres de sessenta, cento e vinte. Tudo bom? Mulheres não, homens, hoje a gente vai ter convidados ilustríssimos e convidados homens. Segurem seus úteros, porque olha, só tem gatinho hoje, hein? E a gente vai tratar de um tema superpolêmico que tá aí na onda, vou surfar no hype do Caio Castro que resolveu dizer que não gosta de sustentar mulher e que pagar jantar pra mulher é sustentar, não gosta, ele não gosta disso. Então eu trouxe os amigos aqui pra gente discutir se no encontro a dois, quem paga é o homem, divide, paga a mulher. O que que é gente? Como é que faz? Então, eu trouxe aqui pra vocês o Wesley, Zetó e Silmara. Todos internacionais, gente. Aparece aí, galera. Dá um oi aí.
Wesley Soares
Olá, boa tarde.
Silmara Leite
Olá.
Isabella Fortunato
Dá um oi aí Zetó. Gente são pessoas internacionais e vêm trazer aqui experiências ao redor do mundo. Então a gente vai ouvir aqui experiências de todos os lugares do mundo. Que que se faz, se divide conta, não se divide contas, é certo isso, está errado isso? Como é que é o esquema? Silmara deixa eu só te perguntar aqui, você é solteira?
Silmara Leite
Não, não sou solteira Eu hoje moro junto com uma pessoa, né? Nesse relacionamento mais moderno que a gente tem trazido aqui, né? A gente fica até confusa se é casado, se é marido, se é namorado hoje.
Isabella Fortunato
Namorido.
Silmara Leite
É, perfeito.
Isabella Fortunato
Mas eu acho que isso faz total diferença na nossa discussão porque quando você já está no nível de namorido já dá pra se conversar sobre isso né. Sobre o assunto.
Silmara Leite
É, dá pra conversar bastante do que eu tenho de experiência em uso de aplicativos de relacionamentos.
Isabella Fortunato
Gente, ela veio ela pra nos dar experiências do Tinder. Encontros no Tinder, gente. Isso é muito importante porque né? Estamos todos aí na luta. Fala aí um pouco Silmara, fala aí um pouco como é que é o constrangimento de sair com pessoas do Tinder, quem paga o quê?
Silmara Leite
Pois é, você sabe que no Tinder, não no Tinder, mas no aplicativo em geral você vai lá pro seu match, geralmente o match ele é sempre muito físico, né? Então é muito partido de uma estética porque você tem pouquíssimas informações sobre o sobre esse possível crush e, enfim, quando acontece isso você vai ali praquele encontro sem saber muito bem qual é o tipo de de pensamento do seu futuro date né? Então é complicado mas eu acho que é muito divertido se você... é tudo muito de como você se posiciona diante dessa situação né? Então pra mim sempre foi muito divertido entender toda essa questão. Eu acho que não dá pra gente menosprezar e diminuir que tem toda uma questão de uma sociedade patriarcal, de um machismo enrustido, de um machismo declarado, de homens e mulheres que estão dessa forma e a gente está aqui falando principalmente de um relacionamento hétero.
Mas e quando a gente faz uma pergunta de um relacionamento homo? Então assim, são muitas questões que a gente tem que fazer aqui e que talvez assim por um encontro só não seja o suficiente. Mas os encontros dentro dos aplicativos eles são... algumas pessoas dizem "Ah ele é muito voltado pra partes muito mais sexuais do que pro date em si, daquele encontro, de se conhecer. Mas eu sempre achei que o os aplicativos me ajudaram muito mais pra essa questão do conhecer o date e ir pro date do que ir pra questão sexual.
Isabella Fortunato
E você o que que você faz? Você bota a mão no bolso e tira o cartão pra dividir aí o cara fala sim ou não. Como é que você faz?
Silmara Leite
Eu sempre me proponho a pagar. Eu acho que a gente tem aí são lutas individuais... eu acho que assim são lutas que aí você briga para que, né? Para aquilo. A minha construção como mulher é pruma equidade de valores e aí isso passa pela questão financeira. Então assim eu não vejo porque, não tem necessidade do cara pagar pra mim ou eu ter essa expectativa. Eu acho que nem é uma questão do pagar. É questão da expectativa de que se a pessoa pagar eu vou reduzir ou vou ter uma determinada opinião por conta da outra pessoa se ela pagar a minha conta, a minha primeira conta ou enfim. Então pra mim não faz muito sentido essa posição. Tem outras coisas aí que que vão puxar esse assunto, mas assim eu sou aquela que eu vou dividir e sem problema nenhum. Isso não me diminui, não diminui a outra pessoa pra mim no encontro, no primeiro, no segundo ou em todos eles.
Isabella Fortunato
Cê acha então que pagar talvez tenha uma questão talvez de poder?
Silmara Leite
Não, acho que tem uma questão de igualdade. Não acho que é uma questão de poder não. Acho que é uma questão de assim, a gente tá aproveitando aqui junto isso e não tem porque ser diferente dessa situação.
Isabella Fortunato
Ai gente, porque como eu gosto de pegar menininho, eu gosto de pagar. Eu me sinto assim, sabe? Eu adoro. Eu adoro. Ai vem e fala "Não eu pago." e eu falo "Não, fica tranquilo, neném, Mucilon, fica tranquilo que eu pago." eu gosto dessa coisa sabe? Ah adoro isso gente, mas aí é uma questão mesmo de poder tipo, eu posso, sabe? Eu tenho jurisdição, sei lá. Homem tem isso também?
Silmara Leite
Talvez assim, eu vou dizer numa forma muito enviesada, muito sobre a minha experiência de vida, mas eu acho que a gente tinha um papel desse homem que era esse provedor e que tinha essa coisa de tipo "Eu fazendo dessa forma, eu sou muito mais macho pra você. Eu mostro que eu sou esse homem eh provedor e que estou fazendo isso porque eu sou esse homem". Mas eu hoje não encaro mais desta forma. Eu assim, não tem problema também se eu chegar na hora pegar ali e falar vamos dividir e falar pra mim "Pô, não, faço questão de pagar que é a primeira não, você paga a próxima." isso fica as vezes até como uma deixa pra gente ter um próximo encontro né? Então assim de verdade não é um problema pra mim essa situação não e eu não me vejo como uma questão de poder não, é só uma questão que assim estamos aproveitando juntos então nada mais justo do que ser dividido. Enfim, é muito mais nesse sentido, não de poder.
Isabella Fortunato
E vocês meninos? O Wesley tem umas experiências legais aí pra contar em relação a isso.
Wesley Soares
Vamos lá, vamos trazer um pouco da polêmica do Caio Castro pra cá. Eu tenho algumas opiniões variadas né? Pela experiência de ter morado em vários países né? O meu antigo trabalho me deu essa oportunidade. Mas a minha opinião pessoal, por exemplo, se eu convido uma mulher pra sair no primeiro dia eu me sinto bem, me sinto na obrigação de pagar, mas por que isso? Porque muita gente não dá valor em coisas pequenas, por exemplo pra eu sair de casa eu demoro dez minutos. Cinco no banho, cinco pra me arrumar, escovar o dente e saio. A mulher ela gasta tempo e dinheiro. Ela vai fazer unha, ela vai fazer cabelo, ela vai secar o cabelo, ela vai passar uma maquiagem, ela vai se produzir porque ela se sente bem assim e ela também quer agradar a pessoa que ela está saindo. E muita gente não dá valor nisso. Mas assim, brincando aí, a mulher gastou não sei duzentos reais pra poder sair com você. E a sua conta vai dar menos que isso dependendo aonde se for, claro.
Então assim eu me sinto na obrigação do primeiro encontro pagar, é lógico. Eu prefiro que a mulher se proponha. Eu vou pagar. Mas eu não vou deixar. Porque esse é o meu jeito de ser. Eu vou falar "Não, não. Oh faço questão e tal. Da outra vez você paga um café". Enfim mas aqui eu faço questão. Na Colômbia eu tive uma experiência totalmente diferente. Quando eu saí a primeira vez lá eu não sabia que eles tinham a cultura de dependência, de machismo né? Homem e mulher. E eu saí fui jantar tudo paguei a conta depois fui pra um pub de rock e aí a menina foi no banheiro e eu peguei um drinque e aí quando ela voltou ela falou "Poxa você pediu um drink e não pediu pra mim?" Aí eu falei "mas eu não sei o que você gosta não te conheço ainda".
E aí simplesmente ela falou "Não, aqui a cultura que a gente tem é a mulher ser cem por cento dependente do homem e se eu quiser alguma coisa você tem que se oferecer, eu não tenho que pedir" e aí eu achei estranho eu falei acho que ela está querendo tomar proveito aí porque eu sou estrangeiro e tudo mais, mas depois eu comecei a ver que até o Uber quando eu peguei o Uber indo pro bar o cara falou ah você é estrangeiro você vai ter um encontro? Eu falei vou e ele perguntou pra mim e depois? Eu falei eu vou pra casa dormir. "Não, você tem que pagar as coisas, em troca a mulher vai te dar alguma coisa. Eu falei "Mas não faz sentido isso". Ele falou "Não, mas aqui na Colômbia é assim". Então assim eu me senti mal naquele primeiro momento até porque depois eu morei lá quatro anos, mas realmente é a cultura de lá.
Eles são assim, como por exemplo na Rússia, na Ucrânia, eu já conheci pessoas que a mulher ela é determinada pra casa e pra educação de filhos. E o homem traz a comida e o dinheiro pra casa. Então é diferente. Já a experiência que eu tive na Espanha era totalmente diferente. Na Espanha quem convida é o que paga. Então não importa se você é amigo, se eu te chamar pra um café eu vou pagar porque eu te convidei. E se você me chamar pra tomar alguma coisa, você vai pagar porque você me convidou. É lógico que eu acho que entra aí um ponto da questão financeira, né? Eu acho que se você está junto ali ou você é casado ou você namora, eu acho que se você quer ir num restaurante caro e a outra pessoa não tem condição, é lógico que cê vai acabar pagando.
Mas eu acho que essa parte aí de comum acordo, de dividir, eu acho que é bacana sim. Hoje eu pago um jantar, amanhã você me paga um café e vice-versa. Eu acho que os dois se sentem bem fazendo isso, entendeu? Acho que não tem mais um único sentido, o homem paga ou a mulher paga, até mesmo porque, por exemplo, tarefas caseiras hoje são compartilhadas, então a mulher é totalmente independente, o homem também, então você que chega em casa "Ó hoje eu faço comida, amanhã você você faz, hoje eu cuido de criança, agora eu vou pra academia." Então eu acho que tudo é compartilhado, né? Então esse é um pouco da minha opinião.
Isabella Fortunato
A Luciane colocou um comentário ali fazendo a diferença entre o primeiro date e os outros né? "Me convidou ele paga depois até rola a divisão". Então tem essa diferença do primeiro date pros outros, Zetó? Você faz essa diferença?
Zetó
Oi. Eu sou meio largado né? Eu acho que eu não faço essa diferença não. Eu faço questão de pagar né? Eu acho que é educado sempre o homem, né, com esse cavalheirismo, pagar o primeiro encontro ou pagar a conta, mas como eu falei, eu estou meio largado né? Às vezes a menina eu acho que é legal a menina se propor a pagar porque eu sou duma cultura do Rio e a gente já está mais, sei lá, a gente não está nessas convenções mais antigas, então eu acho bonito a menina propor apagar mas eu faço questão. Se ela brigar muito por uma questão de empoderamento OK pode pagar, também não me importo não. Não vou ficar aqui brigando não porque é uma sensação de poder eu ter que pagar ou que eu faço muito a questão de pagar.
Eu acho que é educado pagar mas se a menina faz muita questão de dividir okay se ela não faz questão de dividir pra mim também não tem problema. E se ela não se prontificar também não tem problema que eu sempre vou preparado para pagar. Entendeu? Então eu já saí em várias situações onde a menina nem se mexe e OK, já entendi que a conta é minha e depois não se mexe todas as outras vezes pode acontecer também. Entendeu? E aí eu concordo que pode ser uma questão cultural porque por exemplo isso aconteceu com pessoas que não são brasileiras. Então tem uma questão de repente cultural ai que eu não me sentia confortável nem de perguntar. Olha no seu país é assim, entendi que era e pronto entendeu? Mas também já saí com meninas que já vão falando "Não, a gente vai dividir a conta" e eu OK tudo bem.
E pessoas que me convidam também pra sair. Por exemplo outro dia eu saí com uma menina lá e ela "Eu passei pra te buscar" minha sobrinha estava lá em casa e ela "Ué que estranho a menina que veio te buscar" e eu falei "Eu não vejo nenhum problema nisso né?" Passou aqui em casa, veio de carro e me traz de volta. Eu sou o típico carioca né? É "folgado" que o pessoal de outros estádios vai falar né? Ah o carioca é folgado... então, cara, você veio me buscar, veio me trazer, eu não estou me importando não, estou aceitando, acho que é legal eu me sinto o máximo com a mulher dirigindo. Eu não tenho esses problemas comigo não. Eu até gosto. Mas também não há problema. Também dirijo, também tenho carro, não preciso que ninguém pague nada pra mim. Então isso pra mim é uma questão minha também, né? Eu não quero que pague pra mim, nem mulher e nem os amigos.
Isabella Fortunato
Eu sinto um pouco, mas eu sou feministinha, né? Eu sinto um pouco a questão da Colômbia que o Wesley falou. Eu sinto que se se a gente não divide a conta eu devo algo ao cara sabe? Eu tenho que fazer algo com o cara pra meio que compensar aquilo ali. Temos um comentário de Fernanda Lages "No primeiro encontro é legal o cara pagar, mas depois o que é combinado não sai caro".
Zetó
Beleza, é isso aí. Concordo com a Fernanda.
Isabella Fortunato
É, é, é, o primeiro encontro é constrangedor, essa é a grande verdade do início ao fim, não é não Silmara? Você que já saiu de aplicativo você se divertia mais do que se sentia constrangida? Eu me sinto mega constrangida no primeiro date gente.
Silmara Leite
É eu acho que é o primeiro date ele é sempre muito estranho porque a gente tem essa coisa cultural de que a primeira impressão é a que fica, sabe? Tem sempre uns lances disso. O primeiro tudo é sempre muito intenso pra gente que é latino, né? Então eu acho que isso também a gente tem que levar em consideração. Mas eu não sei, eu acho que a gente leva muitas coisas muito a sério e o que é pra realmente levar a sério a gente acaba deixando isso aí um pouco de escanteio, porque pra mim é muito mais importante, por exemplo, qual é a relação dele com a própria relação com o dinheiro pra depois dos futuros dates do que no primeiro né?
Mas assim eu sempre busquei me divertir bastante nos primeiros encontros, em todos eles. Só se vive uma vez né gente? Então assim pra que ficar colocando tanto peso nisso e eu acho que a gente também tem um papel hoje nessa questão do empoderamento feminino e é, realmente, a gente ainda não tem uma equidade salarial, a gente sabe disso, não é fake news, as pesquisas estão aí pra comprovar nesse sentido, mas a gente também já ganhou um bom espaço na nossa condição. Eu realmente até digo pras minhas amigas. Não adianta nada a gente estar levantando bandeira do feminismo e aí esperando que o cara pague a conta pra gente.
Eu acho que isso também é muito ao contrário do que a gente faz de defesas né? Então eu particularmente não sou essa que faço essa defesa. Eu acho que se você está esperando isso de um cara, gente, eu não sei o que você vai esperar pros próximos encontros, porque se você está esperando isso e a sua expectativa... tem até uma cena do filme Comer, Rezar e Amar que a Júlia Robert vai conhece um cara do ioga né? Um cara todo diferentão aí ela vai pra uma lavanderia e ela fala assim pra amiga dela "Nossa eu estou superapaixonada porque ele está lavando minhas calcinhas. Ele dobra minhas calcinhas, ele lava minhas calcinhas". E aí a amiga dela disse assim "Nossa mas se você está colocando valor nisso você está muito perdida amiga".
Então assim, eu digo pras minhas amigas assim cacete se vocês estão colocando... e eu vivo numa bolha de mulheres empoderadas, de mulheres com acesso. Então assim eu não estou falando de um outro cenário né? Mas olha só, se você está colocando expectativa que o cara é bom, que o que o boy é legal porque ele fez a primeira conta, gente, vamos rever muita coisa porque está muito fora isso, está muito fora. Então essa é minha forma de defender a minha causa de luta de equidade.
Isabella Fortunato
A comunicação diz que temos apenas quatro minutos pra deixar a primeira impressão, então não dá pra chegar até a conta pra deixar a impressão. É que a questão mais do que essa do primeiro date, né? É mais uma gentileza do que propriamente uma questão de empoderamento ou não, equidade salarial ou não. Eu acho que a gente espera a gentileza do pagamento. Mas não, mesmo quem não se importa em dividir, em pagar é constrangedor quando o cara pega o cartão e fala, paga metade aqui. Né? Que que cês acham?
Zetó
Eu acho que eu eu só fiz isso uma vez e porque não era um date na minha cabeça, mas eu entendi depois que a pessoa ficou constrangida né? Era uma colega de trabalho "Ah, vamos tomar um chope depois do final do expediente e tal." e na hora eu falei "Poxa vamos dividir aqui então." e aí eu senti aquela coisa e eu falei putz e agora? Que que eu faço? Deixa, não deixa, mas eu senti que eu criei um constrangimento né? Mas eu sou meio lesado com essas coisas, não prestei atenção nesse detalhe que eu chamei a menina vamos tomar um chope, ainda que não tivesse ali um interesse. Mas também se tivesse eu acabei com tudo ali né? Então, mas eu sempre tô disposto a pagar. Isso aí pra mim eu acho também que é uma questão de gentileza, sem problema nenhum.
Isabella Fortunato
É, Wesley, uma questão de gentileza, você se propor a pagar?
Wesley Soares
É, eu acho que é gentileza e um pouco até de educação eu acho isso daí. Assim a pessoa realmente, ela não precisa... eu passei por um constrangimento uma vez. Um amigo meu conheceu uma menina pelo Tinder e falou pra mim "Ah eu vou comer uma pizza com ela, ela tá com umas amigas, cê não quer ir comigo?" Eu falei, eu vou. E aí eu fui, a conta deu oitenta reais, tinha cinco pessoas na mesa. Eu esperava que ele falasse "Wesley, paga quarenta eu pago quarenta." ele pediu pra dividir em cinco. Eu fiquei com, nossa, eu não sabia onde enfiar minha cara e eu peguei, paguei, pedi desculpa pras meninas falei "Ó, desculpa pela falta de educação do meu amigo porque no mínimo ele devia ter pagado pra ela porque ele convidou ela pra sair. Pras amigas tudo bem, mas pra ela sim. Mas é oitenta reais.
Tipo, não pagava nem o combustível. Então eu fiquei com vergonha e depois falei pra ele, "Você nunca mais me chama pra sair pra um date assim, porque eu não sabia onde enfiar a cara." E ele "Não, mas é que muita gente quer aproveitar." eu falei "Cara, oitenta reais. Quarenta pra você. Quarenta pra mim. Você não compra nada no mercado com quarenta reais hoje". E aí depois ele entendeu, pediu desculpa, pediu desculpa pra ela, mas eu acho que sim que é que ia entrar essa parte de gentileza, né? Nem empoderamento, nada. E sim mesmo a atitude, né? O ato, não importa se é um real ou mil, é o ato, né? De você falar "Não, não, deixa que eu pago, outro dia você paga um café pra mim" enfim. Eu acho que é o ato ali da primeira impressão também né?
Isabella Fortunato
É. A Luciane Teixeira está dizendo que concorda, que é um ato de educação né? O cara se propor a pagar. Silmara, se o cara tirar o cartão e falar "Vamos, paga metade aqui." pra você tá de boa ou você olha aquele cara com outros olhos?
Silmara Leite
Não, está super de boa. Não tenho problema nenhum. Teria problema, por exemplo, se ele fosse no banheiro e não voltasse mais. Ou se tempo inteiro da conversa fosse sobre a vida dele, sobre ele e ele não tivesse empatia em me ouvir ou coisa do tipo, não demonstrasse interesse. Mas, de verdade, sobre a conta é o meu menor problema.
Isabella Fortunato
Ai gente... Vamo além do primeiro date... depois, no relacionamento, vocês acham que é cinquenta, cinquenta? Ou dentro de um relacionamento quem está melhor paga mais, é proporcional a quem ganha mais, o que que vocês acham?
Wesley Soares
Posso começar?
Isabella Fortunato
Pode.
Wesley Soares
Eu acho pelo menos todos os relacionamentos que eu tive, eu acho que não existe uma regra, né? Ali cinquenta, cinquenta ou você paga ou eu pago. É lógico que se você estiver junto com a pessoa e morar, junto com a pessoa, eu acho que a pessoa que tem a condição melhor ela vai pagar mais coisas. Então, por exemplo, eu pago toda manutenção, exemplo, de casa, enfim e você paga uma conta de água, um exemplo tá? É um exemplo assim, então eu acho que não, não tem esse acordo, esses cinquenta e cinquenta. Eu pelo menos nas vezes que eu namorei, que eu tive relacionamento era hoje eu pagava uma coisa, amanhã a menina pagava outra e assim vai. Lógico. Se você quer ir num lugar que é caro ou eu quero viajar pra outro país e a pessoa não tem condição, eu acho que você vai pagar porque a companhia dela vale mais pra você do que o dinheiro que você está pagando. Então a companhia vale mais, então eu tenho esse pensamento, mas não acho que existe uma regra. Eu sei que muitos relacionamentos as pessoas acabam pegando migalha assim. Pô mas eu te dei trinta reais ontem, paguei isso e hoje você não quer pagar cinco dum sorvete. Eu acho que a mesquinharia assim não tem necessidade, entendeu? A melhor coisa é você estar com a pessoa porque você gosta e porque ela te faz bem e vocês junto formam uma. Então não importa se eu vou pagar ou se você vai pagar ou enfim né? Minha opinião.
Isabella Fortunato
E aí Zetó, o que você acha?
Zetó
Então, eu acho que o acordado não sai caro. Tá? Pra todas as situações. Entre quatro paredes e socialmente. Eu acho que numa relação a dois tem que ter esses combinados. Eu já casei duas vezes e no primeiro combinado é eu trabalho, você mantém a casa. E é um combinado de casamento. Entendeu? Sustenta a casa aquela coisa toda. Uma vez eu falei nisso no grupo e a menina falou "Ah mas isso é muito machista". Gente, mas isso é um combinado de casamento. Não é uma questão machista ou não. Entendeu? É alguém não cumpriu o combinado, o casamento acabou. Porque aí você tem que dar conta de tudo né? Você tem que bancar a casa, arrumar a casa, se preocupar com o filho e fazer compra e...
Isabella Fortunato
Se fosse combinado o contrário te constrangeria? Você ficar em casa com os filhos e a mulher sair pra trabalhar e não ter a casa?
Zetó
Me constrangeria. Eu eu ia falar que não, mas me constrangeria sim porque pra mim na minha cabeça... e não é uma questão... eu acho que é muito mais um orgulho nordestino que vem da minha mãe, né, do que uma questão de gênero. Eu não me permito ficar dependente de ninguém. Então eu tenho que me virar. Então eu banco meus filhos, eu banco minhas contas e é uma questão de orgulho, eu não estou aqui pra usufruir do outro né? Eu tenho que me manter e ainda sobrar pra ajudar o outro, mas não depender de ninguém ou ficar usufruindo, mas é uma coisa interna, tá? Não é uma questão de gêneros. Então esse é o combinado. Meu segundo casamento já era diferente. Né? A minha ex-mulher ganhava até mais do que eu e a gente dividia cinquenta por cento a despesa da casa, né? E os dois trabalham, né? Bastante até e tão natural dividir tudo inclusive afazeres de casa. A tarde, cuidar de filho, essa coisa toda.
Então são relações diferentes, que nem o Wesley falou. Não tem uma regra. E a gente divide tudo. Agora, o que que acontecia de diferente? Quando meus filhos do primeiro casamento estavam comigo e a gente vai sair, eu pagava a conta porque eu não acho justo, não achava né? Que a minha ex-mulher pagasse a conta dos meus filhos, entendeu? Que também é uma coisa minha, os filhos são meus, quem fez o Mateus que cuide. E e também deu confusão porque uma vez o meu cartão não passou, não sei porquê, e usei o cartão da conta conjunta, né? Mas eu avisei. Olha, eu estou usando o nosso cartão porque não sei porque o meu não está passando aqui e depois eu boto o dinheiro na conta de novo.
Aí eu não sei o que aconteceu se ela não prestou atenção do que eu falei, alguma coisa, por exemplo, falou comigo outro dia "Ah, eu não sou obrigada a pagar a conta dos seus filhos quando a gente sai". Eu falei "Mas você nunca pagou a conta deles. Você nunca prestou atenção que toda vez que saímos pra jantar junto, quem pagou a conta toda fui eu? Eu nunca usei o cartão da conta conjunta quando saímos em família". Ou seja, eu pagava dos meus filhos e dela, toda aquela questão. É a minha esposa, não tem problema pagar a conta pra mim, entendeu? Mas ficou uma situação desgastante de ter que ouvir isso, quando era uma coisa que eu não fazia, justamente porque eu não achava justo, eu não achava justo, era justamente dividir essa conta como nunca aconteceu. Aí eu precisei usar o cartão só de emprestado... É mas eu acho que é o combinado tá Isa? Eu acho que essas relações precisam ser muito bem combinadas.
Tenho amigos, por exemplo, que juntam o salário de um homem, da mulher é uma coisa só e um dos administra, né? Ou a mulher ou o homem administra aquela conta toda. Isso não funciona pra mim, porque eu preciso da minha individualidade. Então, pra mim assim, a minha conta, sua conta e a nossa conta. Aquilo que é nosso está aqui. Né? De investimento, de passeio, se é um plano pra comprar um apartamento, alguma coisa, mas eu tenho a minha conta. Né? Eu acho que a mulher tem todo o direito de ir ao salão, gastar com a unha, com cabelo, sem ter que prestar contas pro marido "Olha, gastei cem no salão. Não, esse mês eu quis gastar mais caro no salão mais famosinho ali". Eu acho isso estranho pra mim e eu também não quero fazer a mesma coisa.
Eu não quero dizer "Olha, vou ali beber com meus amigos e gastei mais caro pra cerveja". O dinheiro é meu, eu faço o que eu quiser na hora que eu tiver e o dela também. E aí a gente vê as contas, né? Isso aqui é a luz, é a água, é a comida, é o transporte, é o carro, é o seguro, porque isso aqui é de usufruído pelos dois. É um condomínio do casamento. Pra mim isso é mais justo, mas eu sei que na relação pode não ter isso né? Vai dividindo conforme vai aparecendo ou então junta tudo numa conta só aí. Eu sou lícito pra fazer o que quiser.
Isabella Fortunato
Silmara, que que você acha? No relacionamento, como é que funcionam as coisas?
Silmara Leite
Olha, primeiro quero dizer o seguinte, eu acho que realmente o segredo é o combinado não sai caro mesmo. De verdade. E eu acho que também não é um combinado eterno porque as coisas também mudam e aí você precisa também se posicionar diante disso. Pode ser que o meu parceiro tenha uma promoção e que a vida, poxa, aumentou lá um salário muito melhor e aí tem uma condição de sei lá, de fazer uma coisa diferente. Enfim, eu acho que o segredo é realmente o combinado não sai caro e rever a cada momento esse combinado pra saber se isso tá adequado pra situação. Hoje no meu relacionamento eu tenho um relacionamento muito equilibrado, então a gente tem as nossas contas e aí a gente tem uma divisão pra essas contas e aí fica super tranquilo. Também sou super dessa da individualidade, então eu tenho as minhas formas de tratar o meu dinheiro, ele tem a forma dele de tratar o dinheiro dele, fora as nossas contas em comum.
Mas eu queria trazer um fato aqui que foi uma vez que eu namorei um cara que ele nunca tinha saído da casa da mãe, eu já morava sozinha. E ele morava com os pais. E aí a gente não teve um combinado. Começou aquela coisa de vamos sair aí ele ia pra minha casa. A gente viveu uma paixão super louca. Enfim, e aí eu comecei a ver que assim eu gastava muito dinheiro mantendo a minha casa pra receber o cara. E o cara, assim, ele era um folgado. Na real ele era um folgado porque ele não conseguia... e às vezes até por não ter a experiência, eu prefiro pensar assim né, que ele não entendia porque ele nunca tinha tido essa experiência da casa dele. Porque quando você vai, você tem a sua casa, você sabe que assim pô, tudo é caro né? Tudo do dia a dia que você tem ali do seu orçamento que é pra um ou outra pessoa, conta certinha, aí vem uma pessoa, mesmo que seja ali prum fim de semana, a conta aumenta.
Então assim foi uma situação que eu aprendi porque eu não tinha colocado uma condição, e aí acho que isso é difícil você chamar a pessoa e falar, poxa olha isso aqui está pesando, sabe? Porque talvez até a pessoa entenda que aquilo é uma conta sua, então foi um movimento muito difícil nessa relação de trazer pra ele qual era a minha realidade de manter a casa e que ele tinha que de certa forma contribuir pra isso. Quando você está tipo imerso numa paixão, mas aí depois começa a chegar a fatura do cartão de crédito e aí você para pra começar a ponderar outras coisas.
Wesley Soares
Oi? Ele não ia nem comprar o pão?
Silmara Leite
Não. Não. Porque na casa dele ele nem comprava, né? Ele não precisava dessas coisas. Não precisava pensar como não conseguia realizar esse tipo de coisa. Então tem sim esse outro lado também. Eu vejo muito das minhas amigas vivendo isso. O cara que é assim OK pagou a primeira conta, mas aí a mina mora sozinha. Ela tem uma independência ali da casa dela. Às vezes o cara está ali num processo, morando com os pais e aí ele vai pra casa dela, então vou deixar uma dica gente, olha meninos, paguem. Olha meninas né porque a gente fala de relações hétero mas também tem os dois lados esse peso. Não é uma questão de gênero, é uma questão de bom senso e de parceria com quem você está ali do lado.
Isabella Fortunato
E motel gente? Quem está no motel, divide motel?
Wesley Soares
Eu acho que não, eu acho que não, também acho que motel aí é demais, se querer dividir o motel é demais. Cê dividiu o jantar OK, mas o motel acho que é demais, é igual, por exemplo, eu penso assim, até quando eu vou viajar, vou pra algum lugar. Se eu alugar um hotel, sempre é pra duas pessoas. Nunca é uma pessoa. Você pode até colocar lá, vai uma pessoa, mas se for duas pessoas o preço é o mesmo. Então eu acho que não tem porque você acabar dividindo isso. Vamos supor, eu quero viajar pra algum lugar e eu convido a Silmara pra ir comigo, por exemplo. Eu quero viajar já, eu vou ficar já nesse hotel, já paguei já. Então por que que eu vou fazer ela pagar ou dividir comigo uma coisa que eu queria fazer, eu que queria viajar? Eu acho que isso daí é diferente assim do encontro, duma comida, pra mim.
Agora eu conheço um amigo que um dia foi pro motel, foi com o carro da menina ainda porque ele não tinha dinheiro e ainda no final ele falou pra ela "Não tenho dinheiro, você tem que pagar". Só que ele falou que não tinha dinheiro porque ele não queria pagar, não é porque ele não tinha dinheiro. E quando ele me contou isso eu queria morrer. Eu falei "Ela pegou o carro dela, você foi com o carro dela dirigindo, ainda você fez ela pagar um motel pra você". Aí ele falou "Ah meu, ah você sabe né?" Não sei o que. Então, assim, eu acho que é absurdo, é muita folga. Eu me sentiria super mal se a mulher se propor a pagar o motel. Não adianta eu acho que não tem nada a ver. Eu acho que, beleza, mas o motel não sei, eu me sentiria mal.
Isabella Fortunato
Essa coisa de morar sozinha é complicado mesmo porque os homens abusam mesmo né? Ele já economiza o dinheiro do motel já economiza o dinheiro do motel. Já comem, né? Né? Exato, exato, nos dois sentidos. E depois, já aconteceu comigo do cara abrir minha geladeira sabe? Pegar uma cerveja, pegar alguma coisa pra comer, assim, se sentindo super em casa sabe? Eu fiquei assim "Oi Oi, aqui não é a casa da sua mãe. Você não está em casa". É essa coisa da pessoa se sentir em casa. Eles se sentem em casa. Né? O que não pode acontecer, por exemplo, com a gente quando o cara mora sozinho e a gente não mora, a gente deixa alguma coisa, por exemplo, na casa do cara. O cara vai se incomodar. né? E o cara se incomoda. Imagina deixar uma calcinha?
Silmara Leite
Nossa, vai atrapalhar todo o rolê dos outros. Boa.
Isabella Fortunato
Imagina. E os homens não, eles vão largando pedaço, partes de roupas na casa da pessoa, eu acho isso muito invasivo, muito, muito invasivo. E muito, muita falta de educação, muita mesmo, falta de educação. É falta de consideração e de educação assim. Que que vocês fariam gente com mulher que mora sozinha?
Wesley Soares
Eu tenho uma experiência bacana que aconteceu há um ano e pouco atrás Eu fui em um lugar com um amigo né? Um amigo que, de novo, né? O amigo me colocou numa furada. A gente saiu de um bar, foi pra casa da menina, né? E a outra menina que estava junto, ia trabalhar no outro dia de manhã e eu falei pra ela "Ó, eu te levo" e falei pros dois "Oh daqui a dez minutos eu estou de volta. Fica com o celular aí do lado, né? Que é pra vocês abrirem pra mim" porque o acordo era a gente dormir na casa dessa menina. Então ia dormir eu, meu amigo e essa menina. Ninguém me atendeu. Eu voltei, ninguém me atendeu. Aí eu estou lá tô lá fazendo a reserva do Ibis, a menina que eu fui levar falou pra mim "Õ, deu certo, cê entrou?" Eu falei que não entrei. Aí ela, não, vem pra casa então, eu falei, mas eu nem te conheço. Não, não, vem pra casa. Eu falei, não, prefiro ir pro hotel. Aí ela insistiu, insistiu, eu falei, está bom. Fui pra casa dela.
Cheguei lá com vergonha e meio sem jeito, entrei, eu tenho o hábito de assim deixar minhas coisas tudo num canto. Então assim, eu não sou desorganizado, eu não saio espalhando as coisas. E aí eu falei "Ó, só me dá um lençol aí, eu vou dormir aqui no sofá e tal". E ela falou "Não, que dormir no sofá? Cê vai ficar comigo aqui, dorme lá na cama". Só que assim, a gente não tinha se pegado, não tinha rolado nada. E aí, eu falei pra ela assim "Não, não. Você vai trabalhar amanhã, cê precisa dormir bem e tal". Ela, enfim, era médica, ia trabalhar de manhã e aí eu, eu tava assim, preocupado, de verdade. Aí..
Zetó
Cê não tava afim dela né?
Wesley Soares
Não, não, não, pior que não, pior que não, é o contrário, só que assim, eu tinha que ser educado. Eu deitei ela tipo assim ainda falou "Ah você não vai tipo nem conversar, me abraçar?" eu falei "Você não veio pra cá pra dormir? Você falou que você estava com sono que você tinha que dormir pra acordar no outro dia". Eu virei e dormi, aí no outro dia ela falou pra mim assim "Sabe quantas pessoas dormiram na minha cama e nunca encostaram a mão em mim? Você é o primeiro". E aí eu falei pra ela "Mas por que que você está constrangida com isso?" "Não, não, não é que eu estou constrangida, é que não é normal". Eu falei "Lógico que é, você falou que você vinha descansar e eu ainda sou um intruso aqui, porque me deixaram pra fora. Então assim, eu acho que eu não fiz mais que minha obrigação ficar quieto e agora em troca eu vou te pagar um café da manhã, vamos tomar um café e tal, depois você vem trabalhar". Então assim, ela achou um absurdo, tipo, eu não ter feito nada, tipo, ter ficado do lado dela, entendeu? Mas assim, geralmente acontece, geralmente isso não acontece, tipo, assim, igual a Silmara falou, o pessoal é folgado, entendeu? E e aí se o cara pode ficar dez dias lá, ele fica uns dez dias. Eu me sinto mal. Então assim, eu me senti até mal pela situação porque ela tinha que trabalhar, que quis ir embora, tal. E depois eu saí com essa menina umas duas três vezes então assim, mas foi aquela situação no momento né?
Isabella Fortunato
O que que você ia falar Zétó? Você também tem uma experiência dessa ou você ia ficar e achar estranho?
Wesley Soares
Não, também achei estranho, ta em outra situação da casa, deveria ser estranho mesmo. Eu acho quando a gente eh fica com pessoas, por exemplo,
Zetó
minha ex-namorada, a gente estava assim no mesmo nível e tal, então está tranquilo. Ela morava sozinha, eu moro sozinho, ela estava fazendo obra, eu também estava fazendo obra, então fica uma relação muito parecida, então uma hora vem jantar comigo, eu faço a janta, uma hora eu ia jantar com ela ou ela faz a janta né? Eu entendia que ela não lavava louça na minha casa, eu não tinha que lavar na dela também e está tudo certo. A louça também é um... eu sempre lavo a louça, mas como assim se a pessoa também não, me sinto obrigado, eu sou muito nessa assim, né? Eu acho que eu tenho que lavar louça. Entendeu? Mas como também vem aqui na minha casa sempre e tal, também não lavo. Está tranquilo. Agora essa questão de deixar coisas na casa, eu acho que deve acontecer dos dois.
Mulher gosta também de marcar um território, né? Então uma sandália aqui porque quando eu vier aqui tem uma sandália, tem um negócio eu fico assim, aham sempre tem uma marcação de território. No meu caso eu sempre tenho o álibi, né? Porque são quatro irmãs mais a minha mãe e mais a minha filha. Outro dia chegou a menina e falou "E aquela calcinha que está ali?" eu falei que por acaso é da minha filha mas eu não tenho que dar satisfação de qual é a calcinha que está na minha casa. Né? Então eu também sou muito direto pra falar tá? Também tem isso né? Porque a pessoa chega na minha casa e já ir perguntando de quem é a calcinha que está na minha casa eu acho ou muito invasivo também não é. Vai que eu uso calcinha.
Isabella Fortunato
É muito boa. Gente, mas olha ó, só um minuto agora fala, faltam cinco minutinhos pra gente fechar. Então mulheres, mulheres que não querem ser dependentes, a gente falou aqui de dependência financeira dos seus maridos, lembrando que com o Quanta Bank você nunca vai depender do seu marido. Com o Quanta Bank você tem um negócio pra você, ou um segundo negócio ou o seu próprio negócio e você pode não só fazer compras, suas compras de mês na plataforma e ganhar cashback, ter o seu dinheiro pra fazer uma recompra, como você pode também cadastrar empresas, as suas empresas do bairro, você pode cadastrar essas empresas e você ganhar em cima do ganho dessas empresas. Então isso é muito legal, é um negócio que você pode montar pra você pra não ter que depender financeiramente de homem nenhum, nem de mulher nenhuma. Ninguém precisa depender financeiramente de ninguém. Acho que todos nós vimos aqui que o o ideal é o relacionamento da Silmara, que é tudo igual, né? Todo mundo igual, todo mundo paga igual e fica tudo certo, né? Não tem briga, né, Silmara?
Silmara Leite
Eu acho, Isa. Eu queria trazer um conceito também que tem sido falado bastante que não é só da mulher independente. É a mulher autônoma. Então independente eu acho que a gente vem numa construção histórica pra que a gente pegue isso, é óbvio que tem toda uma questão, eu já trouxe aqui muito claro que eu vivo numa bolha, existem outras, outras realidades e a gente tem que apoiar cada vez mais pra que essa realidade ela seja ampliada pra todos de acesso, de independência financeira. A gente ainda é um país com maior índice de feminicídio, então tem muita coisa aí pra acontecer. Mas aí com equidade de salário e a gente ter autonomia ela é ainda passa acima até da questão financeira. E a gente começa com pequenos passos, então a gente tendo igualdade nessas posições e se apegando menos dessas coisas pequenas e entendendo aí o o macro é com certeza aí que a gente vai fazer uma sociedade melhor inclusive pras próximas gerações.
Isabella Fortunato
É verdade, muito bom, Gente, meninos, se despeçam aí da galera, muito bom ter vocês aqui, muito obrigada por terem vindo, se despeçam aí galera, deixem uma última mensagem aí pro pessoal.
Wesley Soares
Bom, primeiro brigado aí pelo convite, eu acho que foi muito importante aí a gente compartilhar um pouco as ideias e compartilhar um pouco o conhecimento também. Mulheres, não paguem o motel. Pelo amor de Deus. Não, é só uma brincadeira e boa tarde aí pra todo mundo aí.
Zetó
Pô, mas a Isa já falou que quer pagar o hotel. Você se sente bem pagando o material. Então deixa ela pagar o material e te pagar a conta.
Isabella Fortunato
A idade do Wesley, se o Wesley tiver mais de trinta já não pago.
Wesley Soares
Não, eu tenho vinte e nove, tenho dezenove.
Isabella Fortunato
Então, lá não, já não tá no meu range de idade.
Zetó
Bom, da minha parte curtam o momento, eu acho que sem esperar muito. Eu acho que quando a gente cria expectativa, a gente se decepciona. Então saia com com o seu dinheiro pra pagar a conta. Entendeu? Se o traste que você levou pediu pra você pagar a conta.,foi no banheiro e não voltou. Caraca! Sei lá, anda. Bota pra fora. Tem gente melhor no mundo. Não se limite a pegar essas pessoas tão, como é que se diz? Mal educadas né. A gente tem que se valorizar e se for nesse nível, cara, deixa pra lá, deixa andar e não se mistura não. Tem gente boa no mundo ainda, entendeu? Então eu acho que é isso. Ó, o Wesley paga a conta. Entendeu? Não deixa pagar o motel. Então meninas existem caras assim sim. Tá? Tem que procurar direitinho.
Isabella Fortunato
Ai Silmara se despede aí do pessoal.
Silmara Leite
Gente brigada. É muito divertido né? Além de tudo tem um fundo muito educacional em toda essa conversa né? Mas é muito divertido falar sobre isso também porque é o dia a dia que a gente vê. E eu queria dizer pras pras meninas, né? Ou pra todos no geral, não só pras meninas que... gente tem um prazer nisso, né? Eu acho que Isa, eu queria até uma uma próxima pauta aí sobre vamos gozar, né? Então esse é o meu recado pras mulheres. Gente, vamos gozar porque independência financeira a gente já tem aí subindo nesse ranking. Então eu quero cada vez mais que as mulheres gozem mais e sejam mais felizes. É isso.
Isabella Fortunato
Já está convidada, já está convidada pra pauta, amei, amei, gozem.
Zetó
Pra mim isso é falta de educação Isa, quando o homem goza e a mulher não, pra mim é falta de educação
Isabella Fortunato
Boa. Boa. Galera, muito obrigada por ter tado aqui com a gente e quinta-feira, duas horas, estamos aqui de novo com o Mulher de Quarenta Mais. Um beijo.