Casada e mãe aos 40
Bom dia, queridas amigas internautas. Hoje no Mulher de 40 recebemos Vivian Antonino. Vivian é professora universitária, fotógrafa, casada e mãe de 3 filhos. Hoje ela vai contar pra gente como é a vida de mãe e de esposa depois dos 40, além de batermos um papo sobre adoção, adoção tardia e sobre ter filhos biológicos.
Transcrição retirada do programa Mulher de 40+ na Rádio Ponto e Vírgula.
Isabella Fortunato
Olá meu povo, olá pessoal, tudo bom? Mais uma tarde de quinta aqui no Mulher de Quarenta, hoje a gente tem hóspede, temos novidades, temos uma pessoa maravilhosa pra conversar aqui com a gente pra falar sobre as dores e as delícias de ser uma mulher de quarenta. Eu vou deixar ela se apresentar. Vivian vem aqui se e apresenta pra galera. Se apresenta, fala quem você é, o que que cê faz.
Vivian Antonino
Então, meu nome é Vivian Antonino, sou professora universitária, sou mãe por adoção de um casal lindo, estou gestante de Melissa que pode nascer no meio do nosso programa porque eu estou com quarenta semanas de gestação, tenho mais de quarenta né? E comecei essa vida materna após os quarenta
Isabella Fortunato
Isso te define, né?
Vivian Antonino
No momento minha vida está em torno da maternidade. As crianças chegaram durante a pandemia e a gente está muito focado nisso nos últimos anos, né?
Isabella Fortunato
Vivian, você sabe né? Que eu sempre menti minha idade, eu passei quinze anos falando que eu tenho vinte e cinco né? Você sabe disso. Esse ano eu resolvi assumir que eu sou uma mulher de quarenta e aí eu queria te perguntar uma coisa. Antes de você ter filho as pessoas enchiam o seu saco pra você ter filho antes dos quarenta?
Vivian Antonino
Sempre. Eu acho que eu não tinha nem vida sexual e as pessoas já queriam saber quando é que eu ia ter filho. Né? E fora que eu casei a primeira vez muito nova, eu casei aos vinte e quatro e eu ouvi o tempo todo quando é que vem filho, quando é que vem filho e eu sempre desejei a maternidade, isso é bem importante que se saiba, mas minha vida foi ganhando os rumos que eu gostaria que ela ganhasse, eu fui estudar, fazer mestrado, doutorado, estudar pra concurso e os filhos foram ficando pro momento que eu pensei ser o mais adequado, mas as pessoas, o tempo inteiro cobram filho, né?
Isabella Fortunato
Gente, isso é muito chato, gente. Isso é muito chato. Não cobrem filho das pessoas, as pessoas vão ter filho assim que elas quiserem ter filho. Se quiserem ter filhos. Quando a pessoa quiser, ela vai ter filho, não cobre isso da pessoa
Vivian Antonino
Incomoda né? Inclusive houve um momento em que eu disse isso abertamente "não me cobre você não sabe da minha vida, não sabe o que está passando por trás, você não sabe por acaso se eu estou tentando e não estou conseguindo", qualquer coisa nesse sentido. A gente não sabe da vida do outro. E as pessoas ficam naquela cobrança como se fosse apenas um fluxo natural engravidar, parir, procriar.
Isabella Fortunato
Exatamente, como se a gente nasceu pra isso, né? Obviamente, a gente tem todo um percurso a ser feito antes disso, né? De profissional, de estudo, aí eu e a Vivian a gente tem uma uma vida, um processo muito parecido, só que a Vivian encaminhou para os filhos depois dos quarenta. Me conta como é que foi essa decisão Vivian.
Vivian Antonino
Olha Isa eu sempre quis ser mãe como eu falei né? Sempre quis e eu tinha um discurso pronto desde os dezoito anos que ele dizia assim "Eu quero filhos, eu não quero uma barriga". Então pra mim tanto faz como esses filhos virão. Então assim no dia que eu anunciei pro mundo que eu iria ser mãe por adoção não foi novidade pra ninguém.
As pessoas talvez achassem que fosse muito da boca pra fora né? Porque eu já vinha falando a vida toda, mas assim, quem estava mais perto sabia que era um desejo talvez inicialmente com motivações erradas, mas depois na maturidade a gente vai entendendo né o papel dos filhos dentro da família e tal.
Então assim não teve como acontece com muitas mulheres a adoção porque a minha maternidade começou pela adoção, né?
A adoção pra muitas mulheres acaba sendo a última opção depois de muito sofrimento, depois de muitas tentativas, de outras formas de ter esses filhos e aí precisa passar por um processo de luto, de dor, né? E a adoção acaba sendo envolvida por muitos dramas.
No meu caso não foi porque ela era a primeira opção e eu dizia assim "Ó vou adotar e e gerar ao mesmo tempo". E só que o plano mudou. A gestação já estava fora de plano.
É Deus pra quem acredita em Deus que disse assim "Vai, agora vai, segura que vai ser mãe de três sabe de uma vez". Então assim, pra mim não teve muito drama, muita polêmica decidir pela maternidade, pela adoção, por exemplo.
Isabella Fortunato
Como é que foi essa decisão da adoção tardia que não é também muito comum né?
Vivian Antonino
Então lá vou eu fico me atropelando, quero falar tudo ao mesmo tempo né? Eu estou no meu segundo casamento e quando eu conheci meu atual marido ele me disse logo ai eu tenho muita vontade de adotar e deu match isso né?
Porque eu queria, ele queria e a gente não precisou discutir, polemizar nada, era isso. E aí a gente dizia assim, tá então vamos casar oficialmente apesar de não ser necessário vamos casar oficialmente, dar um ano, um ano e meio e depois a gente resolve dar entrada no processo. Um belo dia ele chegou do shopping, disse "Eu vi umas crianças e eu pensei que meus filhos estão por aí em algum lugar e eu não quero esperar não".
E a gente casou no mês, no outro a gente estava no fórum com o papelzinho "Eles vão achar que a gente é louco né?". Recém-casado, dando entrada no processo de adoção. Inicialmente a gente colocou o perfil de zero a seis anos achando que era já uma adoção tardia.
Mas aí eu comecei a estudar. E percebi que zero a seis é o perfil da maioria das pessoas que estão no processo de adoção. Principalmente porque as crianças abrigadas elas acabam tendo um um comportamento mais infantilizado. Então a criança de seis se comportando como uma de quatro é quase um bebê né?
Aí a gente ficou, começou a estudar e ficou pensando em ampliar a idade pra oito anos, por exemplo. E aí a gente ampliou pra oito e no final das contas a gente acabou mudando de um pra dois.
E nossos filhos chegaram com oito e onze anos, na verdade oito e dez. O mais velho fez onze quando chegou pra mim, na aproximação, a gente fez a festinha dele de onze. Então, eu nunca desejei um bebê. É meio irônico falar quem está grávida prestes a parir.
Eu nunca desejei um bebê, não era uma necessidade minha ter um bebê. E de umas mães a gente respeita isso super né? Quem quer pegar no colo né? Dar mamadeira e tal. Não era o meu desejo.
Isabella Fortunato
E tem esse sonho né?
Vivian Antonino
Cada um tem o seu né? Inclusive a terapeuta que lute comigo, né? Porque quando eu engravidei eu dizia "Meu Deus, não era mais meu sonho, não queria mais isso aqui." não estava dentro do meu plano de vida, ter um bebê, acordar de noite, passar, né? Por toda essa demanda de um bebê.
Isabella Fortunato
Então essa gravidez não foi planejada.
Vivian Antonino
De jeito nenhum. Foi um susto louco. Eu acho que eu chorei umas duas semanas dizendo "Jesus o que que eu vou fazer com três filhos?".
Eu estou pronta pra dois, eu não estou pronta pra três e eu sou uma pessoa que gostaria de ter tudo muito sob controle e a maternidade veio me mostrar que eu não tenho controle de nada, que são outras pessoas além de mim, que são crianças mas que tem vontade própria, personalidade própria.
E isso assim me desorganiza mentalmente absurdamente porque a gente tem aquela ideia antiga de que criança está ali e deveria fazer o que você quer e aí você vai percebendo que não é assim. Vai estudando e vai entendendo que é cada um de um jeito e as demandas são enormes.
Isabella Fortunato
E são pré-adolescentes, né? Como é que é isso?
Vivian Antonino
Então minha gente. Na verdade, meus bebês em um ano ainda estão em casa há um ano e sete meses. Eles saíram de criancinhas para adolescentes assim pá do nada de repente eu tenho adolescentes em casa.
Adolescentes que reviram os olhos e fazem birra, sabe? Eu digo que não estava pronta. Eu estudei infância. Não era pra eles estarem já na adolescência. E aí assim, eu sou o tipo que estuda, né?
Eu sou o tipo que vai atrás de livro e aí fui eu lá louca agora começando a estudar sobre adolescência porque, meu Deus do céu, que fase né?
Isabella Fortunato
Tudo ao mesmo tempo, né?
Vivian Antonino
Porque a pessoa gosta de ter um em cada fase de desenvolvimento. A pessoa gosta de desafio né? Você quer um bebê, um pré-adolescente e um adolescente pra poder conseguir passar por tudo? Ao mesmo tempo.
Isabella Fortunato
E tudo fora de ordem, né?
Vivian Antonino
Tudo fora de ordem, exatamente. Eu já comecei pela parte mais difícil, eu acho, porque eu acho que a adolescência é a parte mais difícil e aí agora eu volto pro começo com quem está pra chegar né?
Isabella Fortunato
Que maravilha. Me conta uma coisa. O que você acha que pode ter sido diferente de você estar passando por isso depois dos quarenta ou se você estivesse passando por isso por exemplo nos seus trinta?
Vivian Antonino
Então eu acho que a maturidade que o tempo traz faz a gente olhar pras coisas de uma maneira diferente né? O equilíbrio que eu tenho hoje eu até me considero uma pessoa equilibrada já há algum tempo.
As pessoas precisam entender que terapia é vida. Então assim eu acho que estar mais madura me ajuda a olhar pras coisas com outro olhar né? "Olhar com outro olhar" ficou uma coisa redundante mas tudo bem. Olhar com mais tranquilidade, tentar compreender numa outra perspectiva.
E para além dessas questões, há aspectos práticos, né? Meu equilíbrio financeiro, minha estabilidade, que eu tenho hoje, casa, carro, condições de levar meus filhos pra onde eu quiser, pagar natação, de fazer terapia porque todo mundo faz terapia aqui em casa.
Então isso faz muita diferença. Muita diferença. Você ter essa estrutura que chegou mais tarde porque eu fui fazer concurso e tal e aí é difícil. É demorado. Mas aos quarenta as coisas estão mais equilibradas pra mim pelo menos.
Isabella Fortunato
Como mulher também? Você sente esse equilíbrio como mulher assim depois dos quarenta ou você sentiu algum tipo de insegurança tipo "Ai, estou chegando aos quarenta, não tenho filho, estou chegando aos quarenta e, sei lá, não não vou ser mais desejada...". Você teve algum tipo de grilo assim sobre os quarenta?
Vivian Antonino
Amiga pessoa bem resolvida falando aqui hein. Oi. Não tive não, assim daquela coisa assim pra mim esses marcos que deixam as pessoas bem griladas assim Sempre foram muito tranquilos. Os quarenta em si não me assustaram não, pelo contrário. Eles chegaram assim dizendo a verdade você tem quarenta e é isso aí mas juro que eu não percebo em mim fisicamente grandes diferenças dos trinta pros quarenta.
Pode até ter, Mas eu estou de boa mesmo. Estive, eu acho, que eu fiquei solteira entre um casamento e outro aos trinta e cinco. Que é né? Aquele meio de caminho ali. Mas eu estava assim tão tranquila na vida que eu não nunca tive aqueles grilos das pessoas "ai mas eu estou acima do peso, como é que eu vou namorar sem roupa no claro, no escuro?"
Eu nunca tive esses problemas, não, sou bem desafogada, sabe? O meu esquema é assim, não quer olhar, olha pro outro lado mas está tudo bem por aqui. Então não, não tive grilo nenhum.
Isabella Fortunato
Sua autoestima estava assim super em dia?
Vivian Antonino
Nunca tive problemas com autoestima. Eu sempre estou cuidando do meu corpo assim pra tentar estar saudável, mas eu sempre estou acima do peso, é uma uma característica minha do meu biotipo.
Mas estar acima do peso pra mim nunca foi sinônimo de estar feia ou não ser desejada sempre lidei bem com isso na tranquilidade, ao mesmo tempo em que eu estou sempre correndo atrás de estar saudável né? De estar mantendo as coisas e tal
O que eu percebi por exemplo foi que depois dos quarenta ficou mais difícil emagrecer né. Assim, vamos combinar que eu quarentei na quarentena né, emagrecer na quarentena é um negócio assim surreal.
Mas enfim, mas assim não tem, não tive problemas de autoestima, não sou aquela pessoa também que sai por aí dizendo "Uhul sou linda sou gostosa" não, não é isso não, mas não tenho grandes problemas com a idade e com aparência ou qualquer coisa assim.
Isabella Fortunato
Seu marido ele como é que ele te vê assim? Como é que ele te vê como mulher assim?
Vivian Antonino
Meu marido é cinco anos mais novo do que eu né? E os meninos dizem que ele parece mais velho do que eu. Eu acho o máximo. Meu marido tem uma coisa muito de admirar e de ressaltar aspectos positivos físicos.
Vivian Antonino
Sabe você grávida? Olha aí e diz assim, meu Deus, porque grávida a gente não se reconhece. Vamos partir assim pra real, né? Porque as pessoas gostam muito de romantizar e de fazer aquela coisa. Eu olho e digo assim que troço estranho.
Que troço estranho! É redonda desse jeito assim! Mas eu sei que é temporário e tal! Então estou eu assim me achando esquisita! E ele é do tipo... esse programa passa às duas da tarde, mas a gente pode falar né? Ele dizia assim "Nossa! Está com bundão! Está gostosa!"
Isabella Fortunato
Maravilhoso.
Vivian Antonino
É aquela coisa que você diz assim, não é possível, gente. Eu estou com barrigão, ele está conseguindo ver a bunda nisso aqui. Sabe? Então assim, com relação a isso ajuda muito né? Está lá. Está tudo equilibrado.
Isabella Fortunato
É legal porque assim então você conheceu ele com trinta e cinco e vocês estão há quantos anos juntos?
Vivian Antonino
Três, quase sete.
Isabella Fortunato
É. Então você entrou nos quarenta casada com ele. Você já entrou num relacionamento então ele também te ajudou né a segurar essa essa autoestima lá em cima né.
Essa é uma preocupação que eu tenho muito com as pessoas que eu conheço. Que é como segurar a autoestima lá em cima depois dos quarenta. Porque todo mundo, embora eu ache que a crise maior seja dos trinta do que dos quarenta.
Isabella Fortunato
Porque eu pelo menos também não tenho muito grilo com os quarenta, não tive muito grilo. Tive mais grilo nos trinta. Porque eu acho que eu era mais cobrada nos trinta do que nos quarenta. Mas o que eu queria mostrar aqui é que estando casada ou estando solteira a crise dos quarenta ela não vem porque a gente está com uma outra cabeça uma cabeça muito mais, com a autoestima muito mais lá em cima com uma cabeça muito mais centrada do que a gente é, da nossa essência, do que a gente era, né, dez anos atrás, cinco, dez anos atrás.
Vivian Antonino
Com certeza, com certeza. Acho que as coisas já estão resolvidas aos quarenta. Então assim quem chega pra acrescentar ou não é mais uma pessoa na sua vida e aos trinta se você parar, essa eu não lembro se eu tive crise, mas aos trinta eu estava defendendo doutorado eu não tinha o público que eu tenho hoje, eu tava num outro momento de vida, que realmente você é de muito mais cobrança, de muito mais instabilidade, né?
Isabella Fortunato
Pra mim, a gente estava num corre doido, não era legal não.
Vivian Antonino
Não, não era era apenas necessário e a gente passou por isso porque tinha que passar pra chegar aos quarenta né? Por favor. Aí agora parece mais um momento assim de recompensa. De poder curtir aquele pau duro que a gente deu lá atrás, né?
Isabella Fortunato
Exatamente, é exatamente isso, parece que a gente liga... eu vou falar aqui, né? Mas a gente liga o foda-se depois dos quarenta, né?
Pra gente tá assim, a gente só quer o nosso bem-estar e é isso. A gente já sabe, já traçou o que a gente quer e a gente vai correr atrás do que a gente quer, a gente não está nem aí pra o que estão falando, o que não estão falando, o que estão deixando de falar, a gente não está muito preocupado com isso né.
Vivian Antonino
Definitivamente não estou. Eu tenho muita coisa pra me preocupar dentro de casa, no trabalho, pra saber do que as pessoas e assim...
Vocês sabem que eu estou com perfil na rede social, né? E aí as pessoas querem dar pitaco de tudo da vida. Você posta um prato de comida e eles querem falar da quantidade. Se você bota um uma criança vestida você vai dizer está com calor e está com roupa de frio do frio da roupa tudo vai ter alguém.
E sabe aquela coisa do tipo "Aham tá bom, obrigada". Já me deram assim dicas de gestação mil. E eu só digo assim vou fazer amanhã. Disposição pra discutir, dizer que não, que não tem embasamento científico eu tenho, eu só digo assim, muito obrigada. Ah, porque eu sou mãe, há muito mais experiência que você, você tinha que fazer, eu digo, vou fazer. Já já.
Não vou me dispor, gente, eu tô bem, eu sei, eu tenho as minhas verdades, eu tenho com quem discutir as questões pra conversar comigo. Tem psicólogo pra conversar comigo, não vou ficar sofrendo com opinião.
Isabella Fortunato
O que é legal de te ver assim é que você conseguiu montar uma rede de apoio nesse tempo todo muito forte você já tem uma família muito firme né? Muito forte e você conseguiu montar toda uma rede de apoio e, ó, eu até arrepio, porque é lindo te ver assim, eu vejo você florescendo assim e pra mim você tá desabrochando, tá florescendo e vê que você fez todos esses estudos e fez todo esse percurso pra se tornar a mulher que você se tornou agora, que você tá nascendo numa nova mulher agora, né? ]
É lindo demais de se ver, aliás fala do seu perfil, fala desse perfil que é um perfil maravilhoso. Olha, você está mandando muito bem nesse perfil. Eu adorei. Não sou nem mãe.
Vivian Antonino
Não precisa ser mãe, na verdade a gente vai discutir, falar da vida, né? Meu perfil é o Sou Mãe e Ponto, que veio de uma história do povo dizer assim, a mãe é adotiva. Não minha gente, eu não sou mãe adotiva, eu sou só mãe e ponto. Esqueçam todos os adjetivos para a minha maternidade. Né? Meus filhos são meus filhos e é isso aí.
E aí a ideia do perfil é falar um pouco sobre adoção pra tentar criar um mundo pelo menos... Inicialmente a ideia é assim as pessoas que rodeiam os meus filhos pra que elas façam menos bobagem e atinjam menos os meus filhos falando bobagens então eu comecei muito postando assim "o que não dizer, o que não perguntar" pra não ser invasivo, pra não atingir os meus filhos, a ideia é inicialmente bem egoísta era assim, eram os meus, vamos tentar educar os parentes e amigos pra que eles saibam como lidar.
Porque parece ainda que a criança é chegada por adoção um bicho de sete cabeças né? As pessoas ficam assim que perdem até o bom senso e querem perguntar coisas que você não perguntaria pra uma pessoa que você não tem uma intimidade absurda querem saber de tudo de um jeito, né?
Que deseja saber sei lá do passado doloroso de alguém e vamos falar do futuro, vamos dizer o que que essas crianças tem daqui pra frente, vamos parabenizar pela minha maternidade recente sem querer saber o que eles sofreram, o que eles passaram e tal.
Então a princípio foi isso, mas está crescendo, está começando a crescer, tem pouca gente. Aí tem mil seguidores, mas assim, as pessoas estão num diálogo tão gostoso comigo. Estou achando o máximo porque a interação é fortíssima.
E estou conseguindo me educar. Então agora mesmo teve um caso com uma famosa e as pessoas vêm atrás de mim pra tentar esse diálogo pra saber o que que eu acho e estão me ouvindo está me lendo e eu gosto muito disso de poder passar um pouco porque para além de mãe por adoção, eu sou voluntária na causa da adoção em dois grupos de apoio.
Um local, né? Um daqui de Salvador e um nacional. Então a gente fala baseado em pesquisa, em estudo, a gente está bem focado pra poder trazer o melhor, né? Pras pessoas, pra informar sobre a adoção, pra mostrar que a adoção só é boa se ela for legal. Ela só é segura e pra sempre se ela for legal.
Isabella Fortunato
Eu vi você falando sobre o caso da Carol Nakamura, né?
Vivian Antonino
Isso. Que não foi uma adoção exatamente e tal. Então assim o perfil hoje tem uma ideia de educar mas permeado com minha rotina. Né? E hoje na rotina está muito focada na maternidade biológica mas se você for reparar eu tento levar pro feed mais conteúdo de adoção e menos de gestação.
Porque tem muito perfil de gestante se você quiser saber dicas de gestação. Mas dicas e questões e discussões sobre adoção são ainda um pouco restritas. Tem grandes perfis maravilhosos. Mas não tantos quanto as pessoas falando de gestação.
Então nos stories tem de tudo mas nos feed o foco é maior na questão da adoção.
Isabella Fortunato
Mas os stories é um pouco da tua vida né e a tua vida agora é a gestação mas você fala dos alunos, você fala de tudo.
Vivian Antonino
Até hidratação de cabelo vai rolar porque dia vai ter né?
Isabella Fortunato
Patrão bota aí o perfil dela. Está no chat. @so.mae.eponto. Bota aí. Está no chat. Bota aí pra todo mundo poder seguir. Porque olha vale super a pena. Vem cá, Vivian, deixa eu te fazer uma pergunta agora. Porque somos mulheres de quarenta, ou seja, somos crias da década de oitenta. Como é que você vê a geração TikTok? Que é a geração dos seus filhos?
Vivian Antonino
Então olha eu sou uma pessoa bem ligada nas redes sociais você acabou de dizer de mostrar o meu perfil, mas ainda assim a gente não vive para as redes e pelas redes e eu tenho a sensação que essa nova geração parece fazer tudo o tempo todo para as redes sociais só pelas redes sociais. Os meus filhos apesar de terem dez e doze ainda não estão autorizados a ter rede social.
"Gente, a mãe tem, o filho não tem". Mas nem tudo que a mãe tem, o filho precisa ter. Eu acredito que é precoce demais, eu acredito que eles não tem maturidade ainda e maturidade de desenvolvimento cerebral e tudo mais, pra estar tão exposto o tempo todo.
Então aqui na minha casa a gente tem o limite de uso de aparelhos eletrônicos de exposição a tela e assim, não libera o tempo todo porque eu acho que está tudo muito. Ainda assim, mesmo sem ter acesso direto eles sabem tudo, eles sabem todas as coreografias, eles sabem tudo porque na escola tem sempre quem repasse, quem mostre.
Mas eu estou tentando proteger um pouco porque eu sei que chega um momento que é inevitável, mas estou tentando proteger porque eu acho que essa exposição excessiva não é legal e se você for perceber eu falo de meus filhos nos stories mas eu não posto o tempo todo.
Na verdade, eu pouco posto. Eu falo deles mas eu evito estar mostrando tanto o tempo todo, até porque eles têm a privacidade deles e tudo mais. Então assim eu acho que precisa de um pouco mais de cuidado e aí no seu celular não, celular, televisão, tudo pra poder as crianças vivenciarem outras coisas fora das telas. É difícil pacas.
E exige dos pais um absurdo porque aí a gente tem que ser criativo e a gente tem que estar presente. A gente tem que estar junto fazendo junto porque se você não faz a tela é um ótima ótima babá né? Larga lá que os meninos estão cuidados por todos os aplicativos. Mas eu não acho que seja a coisa mais saudável. E aí eu encaro essa demanda de estar junto pra ocupar o tempo deles. E é difícil.
Isabella Fortunato
Você consegue visualizar o momento em que você vai ter que tipo liberar e que eles vão querer sair, por exemplo, que eles vão querer o celular e que eles vão querer ter rede social, que eles vão querer sair de casa sozinho, você consegue vislumbrar isso?
Vivian Antonino
Bom, eles têm um celular que eu dou aos finais de semana. E aí eles falam pelo WhatsApp com os coleguinhas nos finais de semana, por exemplo. Mas eu digo durante a semana não, mas eles têm um tablet que eles usavam pras aulas online e aí tem limite de tempo pra jogo, pra vídeo e tal.
A gente tem os acordos e tal. Então eu acho que as coisas vão aos poucos. Não tem o final de semana? Daqui a pouco vai ficar um pouco mais, é um pros dois, daqui a pouco vai ser um pra cada. A gente vai observando a maturidade deles.
É importante também lembrar que as crianças que chegam pra adoção eles chegam um pouco mais imaturas porque falta aquela base de construção e um ano e meio em casa a gente está construindo muita coisa ainda e eles entendem.
Às vezes meu filho pergunta assim "Vai demorar muito pra eu ficar maduro?". Eu não aguento. "Oh mãe vai demorar muito pra ficar madura?". Eu digo então me diga você que aí eu estou citando alguns comportamentos aí faz vixi! Vai demorar muito?
Então assim, eu estou tentando, eu estou preparando eles pra essas questões do tipo, às vezes eu paro mais distante, digo assim quero que você vá ali comprar tal coisa sozinha e fique de olho. Eu vou fazendo pequenos treinos porque assim, na nossa geração com a idade deles eu já pegava ônibus, eu andava sozinha por aí mas o mundo está diferente definitivamente.
Então a gente vai colocando pequenas coisas porque eu quero eles seguros no mundo e quero que possam estar tranquilos. Não tenho não quero uma bolha, está tudo OK, mas a gente está preparando. Mas assim, se eu dei dez reais o menino compra dez reais de paçoca Não está pronto ainda pra eu largar.
Ele com dinheiro a gente vai fazer um treinamento aí de dinheiro pra poder ir aprendendo a lidar. Não dá pra ir pro shopping ainda sozinho se comprou dez reais de paçoca na escola nos primeiros dez reais que pegou na vida.
Então tem algumas questões, a gente vai trabalhando mas pra mim sempre... na verdade, eu sou super de boa. Uma vez o psicólogo deles disse assim "Ah você tem que ficar tranquila", achando que a minha preocupação de entregar um celular na mão dele e ia ser assim aí porque ele vai procurar conteúdo sexual na internet.
Eu digo que não estou nem aí pro conteúdo sexual. Todo mundo vai ver uma hora na vida. Curiosidade existe. E é isso e é normal o caminho é esse. O problema não é exatamente com o conteúdo sexual pra um adolescente.
Isabella Fortunato
É a exposição né?
Vivian Antonino
Exatamente ou ainda há uma inocência de entender. Outro dia disse assim "Ah mãe não se preocupe não". Alguém estava falando com ele no jogo, não se preocupe não, mas eu perguntei a idade dele e ele disse que tem doze.
Pode ser uma pessoa de trinta e cinco dizendo que tem doze. "Ai mas ele não iria mentir assim", ih ia mentir assim. Sabe? Ou então assim não esse daqui eu baixei mas tem escrito livre de vírus. Eu digo ah opa! Não vai dar vírus. Então ainda rola uma inocência.
E aí a gente precisa ir trabalhando as coisas porque sabe né? A internet é perigosa pra criança principalmente. E aí eu vou trabalhando, estou liberando as coisas sim. Não quero pressa, quero que eles estejam prontinhos pro mundo e a gente vai fazendo esses soltando aqui, puxa dali, pra poder ir dando certo.
Isabella Fortunato
Que legal cara, que legal e vem cá, o que que você pensa pro futuro deles assim? Como é que você enxerga o futuro deles?
Vivian Antonino
Minha filha, minha terapeuta ia dizer assim "Viva o presente que é deles." assim de verdade, sem perspectivas, né? Hoje eu penso o futuro deles assim seguros, comigo, tranquilos e hoje eu vejo que eles gostam de estudar, então eu acho que vai ter algum tipo de formação no futuro deles? Acho.
Apesar de também, apesar de ser professora com doutorado, eu acho que não é único caminho pra ser feliz e ter sucesso, uma formação universitária.
Se for de seguir um outro caminho, o que desejar fazer direitinho né? Vamos fazer a coisa mas não tenho essa obsessão por ensino universitário ser único caminho apesar de ser professora universitária e ter meus alunos me assistindo. Mas assim não tenho assim grandes planos porque grandes planos trazem frustrações, hein amiga?
Isabella Fortunato
Frustrações, é verdade, é uma grande verdade, é verdade isso.
Vivian Antonino
Eu quero eles felizes. Já é um plano audacioso nos dias de hoje no país em que a gente vive, né?
Vou estar por perto pra tentar garantir o máximo possível esse acesso à felicidade do jeito que der. Mas também eu estou no pezinho no chão porque o mais velho diz assim "Quando eu fizer dezoito que eu tiver um carro..." e eu digo "De onde que vai cair um carro com dezoito anos, meu filho, acorde com a vida".
Eu precisei de dez anos depois dos dezoito trabalhando pra juntar dinheiro e comprar um carro. Por que que você acha que vai ter um carro aos dezoito? Porque ele disse isso. Então assim puxando o pezinho dele pra realidade.
Isabella Fortunato
Vem cá, agora vou inverter. Como é que a sua mãe te vendo com quarenta?
Vivian Antonino
Minha mãe não me vê com quarenta. Minha mãe me vê com quinze. Minha mãe me vem com quinze. Pergunta a ela aí que eu acho que ela não me vê com quarenta de jeito nenhum, sabe? Minha mãe mora no mesmo prédio que eu ainda bate na minha porta pra me entregar saladinhas prontas se souber que eu estou querendo fazer dieta.
Então assim agora grávida, meu Deus do céu, por ela eu tinha ficado nove meses de pezinho pra cima e aí ela fica "Você não sabe, fica calma, você não consegue ficar quieta". Mas quem disse que eu preciso ficar quieta minha gente?
Tudo bem, me deixe me deixe viver. Se a minha mãe não me vê com quarenta ela me apresenta ainda como "meu bebê". Constrangedor, constrangedor.
Mas é isso. Nossa situação é ela não invade os meus limites, ela respeita minha maternidade absurdamente. A gente dialoga muito sobre porque somos gerações diferentes, com ideias diferentes sobre a maternidade, né?
Mas ela ouve muito e ela disse assim "Eu não vou fazer nada antes de falar com você com o que tem a ver com seus filhos." e a gente vem tentando óbvio que ela é vó e vó sempre né? dá aquela mimada mas ainda assim é tentando acertar o tempo todo. A gente não tem muitos conflitos por conta disso não.
Isabella Fortunato
E vocês trocam muito assim coisas de maternidade, vocês trocam muita ideia, ela te dá muito conselho? Você consegue aproveitar bastante coisa do que vem dela nesse sentido?
Vivian Antonino
Na verdade, a gente conversa muito sobre tudo sempre, né? Minha mãe me teve aos dezoito então a gente tem uma diferença de idade não tão grande, são dezoito anos apenas de diferença e a gente tem uma relação muito próxima e de muito diálogo com relação a tudo. Na vida, vida acadêmica e tudo mais. E aí não ia ser diferente na questão da maternidade.
Inclusive, diferente de muitas famílias, minha mãe entrou comigo em grupo de apoio, minha mãe assistia a lives, minha mãe estudou sobre adoção. Então assim ela mergulhou de cabeça no processo junto comigo e a gente troca bastante muita informação de tudo, às vezes até discutindo mais coisas atuais do que o como ela fazia ou qualquer coisa assim porque ela tem lido e estudado questões contemporâneas junto comigo sabe? Então sim a gente troca e a gente conversa muito de tudo, mas de maternidade é nosso foco né?
Isabella Fortunato
Legal. E eles com a vó, como é que são?
Vivian Antonino
Um grude, um grude que eu digo meu Deus larga essa avó um pouco pelo amor de Deus, a avó precisa respirar. Agora por exemplo, pra eu ter um pouco de tranquilidade para falar com vocês, eles estão com avó que está sete andares pra cima né?
Eles têm na verdade assim... ó a gente, eles são de São Paulo né? E eu de Salvador, quando a gente começou a se conhecer a gente fez as chamadas de vídeo né? Foi um mês de chamada de vídeo a gente se conhecendo e eles pediram pra conhecer a avó que eu tinha mostrado numa foto.
Eles perguntaram "A próxima chamada não dá pra ser com a vó não?" antes de qualquer coisa eu fui pedir autorização ao pessoal da vara pra saber se eu podia botar outra pessoa ainda nesse processo e tal.
Aí eles tiveram um momento com a avó depois quando a gente já estava lá junto com a outra avó. Eles têm uma demanda forte assim com essa coisa de vó e se dão super bem, super super bem.
Isabella Fortunato
Que legal. Então a família, a família do Lucas também tão toda inteirada, né?
Vivian Antonino
Tá tudo tranquilo. Na verdade, não houve problema de aceitação de meus filhos e você sabe que eu sou meio desaforada, né? Se um dia houvesse pessoas também não me diriam. Por quê? Eu não ia aceitar ou tolerar qualquer coisa que tivesse, né, questionamentos
Isabella Fortunato
Não acho que é nem questionamento, mas eu acho que é o que você falou, eu acho que é uma coisa que requer estudo mesmo. Porque a gente vem cru né, em matéria de adoção eu acho.
Vivian Antonino
A gente não faz ideia do que pode encontrar na adoção tardia. Você por acaso imaginaria que a adoção tardia pode ter uma regressão e você ter um menino de onze anos engatinhando pela casa e falando Gugu Dadá? Nossa eu tive gata.
Eu tive, eu queria sair da sua barriga, eu queria ser um bebê aqui. Questões assim que fazem eles viverem outros comportamentos e que você pode se assustar, mas o psicólogo diz "Maravilhoso, ele está vinculado a você". Ele está se vendo tão com você que ele está tentando viver o que ele não viveu.
Se você não estuda, você vai olhar e vai dizer assim, meu Deus, o menino ficou doido. Socorro, faço o que agora? Mas se você estudou, você diz, beleza. Isso ia acontecer. Que bom que aconteceu logo.
Significa que a coisa está dando certo, você vai, acolhe, conduz e passa. E segue, né? Então, existem comportamentos que são esperados, a regressão é esperada, os testes. Eles querem saber se você é um adulto confiável.
Eles passaram por adultos não confiáveis. Será que você é confiável? Será que seu amor é de verdade? Será que você não vai devolver? Será que você não vai desistir disso quando ele fizer um... então assim tem uma fase de birra assim meu Deus do céu, pra ver como é que você vai lidar com isso.
Isso é inconsciente, mas acontece, acontece muito com praticamente todas as crianças em adoção tardia. Se você está preparado
não é? Fica um pouco mais fácil né? Não é que você fica assim "Ah nem ligo não, você liga, você estressa." mas você diz assim OK está dentro do script né? Está dentro do previsto tem muita coisa assim sei lá compulsão alimentar porque de repente está tendo comida disponível e não tinha comida disponível no abrigo, a coisa é regrada no horário e de repente ele vê que pode comer qualquer hora, qualquer coisa aí começa assim que a gente não faz ideia do que pode acontecer e que está lá na literatura.
É só você se dispor e estudar um pouquinho ou nos grupos de apoio, a gente faz vários resuminhos e põe pro povo. É só ler os resuminhos que a gente põe pra eles também né.
Isabella Fortunato
Nossa que legal. Oh gente então segue o perfil @so.mae.eponto pra quem tiver interesse nesse assunto de adoção e maternidade pra vocês também até chegarem a esses grupos de apoio, né? Porque eu acho que isso deve ser super importante, né Vivian? Grupos de apoio pra você poder ter essa rede de consulta, né? Dessas literaturas e dessas questões todas pra poder estudar, pra poder se atualizar e poder discutir com pessoas coisas que nem todo mundo que não está em todo lugar, né? Que não tá nos livros, deve ter muita coisa que não está nos livros, né?
Vivian Antonino
É poder conversar com quem vive ou viveu aquilo lá de verdade né? Então você vai pegar coisa da prática eu ouvi o pai por adoção então assim isso ajuda pra caramba e quem passa pelo meu perfil e diz assim quero adotar eu já vou encaminhando pro grupo de apoio, o que eu quero é todo mundo estudando junto comigo.
Isabella Fortunato
Ai acho máximo. Vou te fazer uma pergunta que eu já te fiz tá? E aí agora vai ser uma pergunta pra Isabella mesmo. Como é que é a adoção pra mulher solteira?
Vivian Antonino
É igual pra mulher casada, falando legalmente. Né? Não tem nenhuma mudança no processo, nenhuma restrição. Então assim vai fazer uma adoção monoparental né? Só o homem, só a mulher, uma adoção de casal homossexual por exemplo, né? Não tem diferença, nenhuma diferença. É tudo igual, processo é igual, tempo é igual, é tudo exatamente igual. Vamos lá, diferenciação.
Vai procurar a vara da infância do município, vai levar os documentos solicitados, vai passar por entrevista com o psicólogo e assistente social, vão visitar a sua casa e então você vai entrar na fila da adoção.
Esse processo inicial assim de ser avaliado pra entrar na fila pode demorar até um ano. E se você for de um município muito pequenininho que tenha poucos técnicos trabalhando pode demorar mais um pouco ainda. É fora do prazo legal mas é o que de fato acontece, uma demora um pouco maior pra entrar na fila. E aí então você entra na fila pra esperar pelo seu filho e a depender do perfil desejado a espera pode ser maior ou menor.
Isabella Fortunato
Você esperou quanto tempo?
Vivian Antonino
Dezessete dias. Era as duas crianças com uma com mais de onze anos, né? Então eles estavam assim completamente fora do perfil que a maioria quer, mas quando se deseja um bebê você pode esperar é anos, sete, oito anos, aí assim pode ser espera muito longa a depender do seu município
Isabella Fortunato
Ai que maravilha Vivian. Olha, muito obrigada por ter vindo. Mel, muito obrigada por ter esperado. Muito, muito, muito. Ai, todo mundo, muito obrigada por tá aqui, brigada por ter aceitado esse desafio, eu acho muito importante que você saiba também, Vivian, do seu papel nesse perfil em relação as outras mães, as outras mulheres que querem seguir esse mesmo caminho, né? E que precisam de apoio, não precisa, por exemplo, eu tô aqui, né? Solteira, sem pretensão de ter filho e ainda assim eu me sinto, eu sinto que você me dá um apoio aí no perfil, então eu me sinto apoiada ali nesse perfil, é um perfil muito importante, tô gostando muito do seu trabalho, tá maravilhoso, é muito legal ver que de te ver mulher, além de te ver professora, além de te ver mestrando, além de te ver doutoranda, é maravilhoso te ver mulher, te ver mãe, é maravilhoso mesmo. Te desejo tudo de melhor, brigada por ter vindo, se você quiser se despedir, se despeça da galera.
Vivian Antonino
Muito obrigada. Adorei estar aqui e a gente ficou assim até quarenta e cinco do segundo tempo esperando pra ver se eu ia parir ou não, né? Ainda bem que Melita deixou eu vir. Fico feliz que de alguma forma meu perfil ajude algumas pessoas. Ele é era despretensioso, era pra quem estava assim ao meu redor. Mas espero que ele possa multiplicar conhecimento sobre adoção, né? E chegar em mais gente levando informação do que é uma adoção segura, legal e pra sempre. É isso, obrigada gente pela oportunidade de falar sobre adoção aqui que é sobre o que mais tenho vontade de falar nos últimos tempos.
Isabella Fortunato
Ai maravilhosa, obrigada gente, um beijo, bom final de tarde, bom final de quinta e bom final de semana pra todo mundo. Beijos.